Meu querido e sempre lembrado Manuel António,
E spero que esta carta te encontre bem e com saúde, no melhor dos mundos, como já dizíamos no tempo de outrora. Escrevo-te porque preciso. Preciso desabafar, preciso pedir desculpa, e, mais do que tudo, corrigir o que fiz de errado. Sim, a saudade bate forte, cresce a cada dia, e até me impulsiona a procurar os teus conselhos, as tuas palavras e, claro, o teu apoio. Aqui, a vida segue, mas com um peso no coração que já não consigo carregar sozinho. E acredita, tem sido uma viagem difícil.
Quero começar por te pedir desculpa, Manuel António. Desculpa por todas as palavras injustas que disse, por todas as acusações sem sentido que fiz. Durante tanto tempo, acusei-te e aos teus apoiantes de terem “reservas mentais”, de serem fracos, de comerem “alfaces”, de falarem dos com os lampiões e de se afogarem em “poncha”. Como pude ser tão cego? Como pude desprezar quem, na verdade, preciso como de água para viver? Hoje, vejo que errei, e o arrependimento bate-me na cara a cada segundo.
Agora, mais do que nunca, sei que preciso de ti. Preciso de ti como de pão para a boca, como de água para viver. A verdade, meu amigo, é que sem o teu apoio, sem os teus, eu não sou nada. E o que mais me custa é perceber que por tanto tempo te afastei, achando que estava sozinho nesse caminho. Mas agora, penso em ti todos os dias, todas as noites, e não consigo imaginar o futuro sem ti ao meu lado. Sei que só contigo, com a tua força e a tua sabedoria, poderei alcançar aquilo que tanto desejo, ou como dizem os mais velhos: “não há festa sem ti!”
Vou corrigir os meus erros. Vou convidar todos os que afastei a voltar, mesmo que a minha culpa seja tão grande que me dói. Vou pedir à Rafaela, ao Eduardo, ao Pedro Ramos, e aos outros secretários que afastaram os teus “fãs” para trazer todos de volta. Afinal, a culpa é minha, como já te disse, mas a mudança vai ser grande! Vou garantir que todos os teus apoiantes terão uma confiança ultra, super, hiper, mega política no meu governo. Eles merecem, e tu, claro, mereces mais ainda.
E, como já te disse antes, só quero ser presidente. Não me interessa o resto. Não me interessa governar, não me interessa mais nada. Só quero ser presidente, seja como for. E para isso, sei que preciso de ti. Se não te tiver ao meu lado, sei que nada poderei fazer. Não consigo mais continuar sozinho, sabes? O caladinho desamparou-me! E pensa que ninguém sabe, mas ficas a saber, ele foi de avião para Lisboa e, até hoje, não sei se voltou. Está complicado.
Quando for eleito, vou corrigir tudo o que fiz de errado. Vou nomear quem for necessário, vou devolver a confiança a todos os que afastei. Vou seguir os exemplos de quem me mostrou o caminho: o Cunha e Silva, e o Luís Nunes, já sabes precisei, usei e foi-se. Vejo-te assim em mais uma página da minha glória e palavra.
Em boa verdade, escrevo-te porque já não dá. Estou aqui, sozinho, com o Guilherminho e com o Miguel Sousa, aquele cervejeiro que, olha, nem vota no PSD se não lhe fizermos uma lei do ruído à medida dele, para que os valores nos bares dele possam vender shots à noite e dia sem parar. A situação está feia, já te disse, mas tu e os teus são a única solução.
Com um grande abraço cheio de arrependimento e a esperança de que aceites o meu pedido, espero que possamos, pelo menos, estar juntos neste Natal. Quem sabe, até bebermos uma poncha, como nos bons velhos tempos.
Beijos e saúdes a todos aí junto dos nossos de quem te quer tanto.
Miguel Albuquerque
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 9 de Janeiro de 2025
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