H oje os partidos, a nível regional, serão ouvidos em Belém pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Será uma romaria que nunca deveria ter acontecido por um motivo: nunca houve qualquer garantia de que este Governo teria condições de estabilidade (Albuquerque já deveria saber que um acordo verbal com o Chega não é de confiar) e, por isso mesmo, nunca esteve em condições de tomar posse. E o culpado nessa indigitação apressada só tem um nome: Ireneu Barreto.
Deixo duas questões:
1. Por que razão o Representante da República não exigiu - aquando da indigitação do Governo - um acordo escrito entre PSD, CDS e Chega?
2. Por onde anda o acordo escrito assinado entre PSD e CDS, já confirmado por Albuquerque, José Manuel Rodrigues e até Sara Madalena?
Mas eis aquilo que me trouxe verdadeiramente até cá: a diferença da postura do JPP em relação aos outros partidos.
Deixo-vos aqui o resumo das votações, em plenário, desta Legislatura:
Programa de Governo
- Contra: JPP, PS e Magna Costa (21)
- Abstenção: IL e três deputados do Chega (4)
- Favor: PSD, CDS e PAN (22)
ORAM 24 generalidade
- Contra: JPP e IL (10)
- Abstenção: PS, PAN e Chega (16)
- Favor: PSD e CDS (21)
ORAM 24 especialidade
- Contra: JPP, PS e IL (21)
- Abstenção: três deputados do Chega (3)
- Favor: PSD, CDS e PAN (22)
Adiamento da discussão e votação da Moção de Censura (de 18 de novembro para 17 de dezembro)
- Contra: JPP, Chega, IL e PAN (15)
- Abstenção: PS e José Manuel Rodrigues (12)
- Favor: PSD e Sara Madalena (20)
ORAM 25 generalidade
- Contra: JPP, PS, Chega, PAN e IL (26)
- Abstenção: (0)
- Favor: PSD e CDS (21)
O JPP foi o único - O ÚNICO - a votar sempre contra as propostas apresentadas pelo PSD (quer fosse de Programa de Governo, de Orçamento para 2024 ou 2025, quer fosse do Adiamento da discussão e votação da Moção de Censura), pela falta de qualidade nos diplomas apresentados mas, sobretudo, pela falta de confiança no PSD e em Miguel Albuquerque! E razões de desconfiança não faltaram nos últimos anos!
O PS absteve-se logo no Orçamento de 2024, viabilizando posteriormente o adiamento da discussão e votação da Moção de Censura ("para que haja um Orçamento" … mas acabam por votar contra o mesmo) - prolongando esta crise política por mais um mês sem necessidade alguma.
O Chega viabilizou desde logo o Programa de Governo (Crónica de uma união anunciada) e voltou a viabilizar o Orçamento de 2024.
O CDS … bem, merece comentário? Eterno aliado deste PSD e de Miguel Albuquerque. José Manuel Rodrigues perdeu todo o crédito e já só vê à frente a presidência da Assembleia (e todos os benefícios que lhe traz).
A IL viabilizou o Programa de Governo - o seu voto foi determinante para este desfecho final: ajudar a formar um Governo condenado à nascença.
O PAN vota a favor do Programa de Governo (quer Albuquerque no poder) e volta a votar favoravelmente no Orçamento para 2024, abdicando das suas principais reinvindicações em troca de … mais instabilidade.
Em 2024 quis combater este regime podre e dei o meu voto ao JPP pelo seu trabalho de oposição, e o tempo veio dar-me razão: foram verdadeiramente os únicos que nunca se vergaram ao PSD e a Albuquerque!
Não sei o que sairá destas audições com Marcelo nem se o Presidente da República voltará a marcar eleições regionais. Mas sei de uma coisa: o meu voto será para aqueles que têm efetivamente demonstrado que estão a combater este PSD de Miguel Albuquerque.
Posto tudo isto, e muito mais, só poderei votar no JPP!
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 7 de Janeiro de 2025
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