Manifesto Pela Madeira Perdida


A Autonomia, um direito conquistado com suor e luta, encontra-se agora à beira do abismo, subjugada pela aliança entre o poder económico e político. Vivemos sob o peso de uma estrutura que silencia os nossos anseios e enfraquece a nossa capacidade de agir. A sociedade foi amordaçada, forçada a engolir a verdade por trás de um discurso de segurança e prosperidade que não existe, enquanto os verdadeiros interesses das pessoas são deixados para trás.

A sociedade que hoje enfrentamos, onde o medo é a ferramenta de domínio, é o reflexo de um sistema apodrecido de dentro para fora. No centro, temos alguém, que governa não pela força da sua liderança, mas pela manipulação do medo. Um medo que se espalha como uma doença, que enfraquece a coragem das pessoas e as mantém submissas. Este medo é a base da sua autoridade, porque ele pensa que, enquanto as pessoas temerem perder o pouco que lhes resta, jamais se levantarão para contestar a sua governação.

As obras públicas devem ser  um reflexo do nosso potencial coletivo, e não instrumentos de política baseada no medo com o intuito de perpetuar o poder!

Hoje, há uma tentativa para que o medo e a complacência governem as nossas escolhas. Parece que o nosso silêncio tornou-se um reflexo de submissão. Quanto vale o nosso silêncio? Será que a nossa consciência foi corrompida a tal ponto que preferimos ficar em silêncio?

Em contraste, os bravos que se erguem contra esta situação não são muitos, mas são o reflexo de uma esperança que persiste, mesmo nas circunstâncias mais sombrias. São aqueles que, conscientes do preço da resistência, continuam a lutar pelos seus ideais, mesmo sendo perseguidos, difamados e esmagados pela máquina do medo. A sua luta é a luta pela liberdade e pela dignidade, pela construção de uma sociedade onde a justiça e a verdade possam prevalecer. São eles os verdadeiros heróis, pois não se curvam à mentira e sabem que a sua resistência é a única forma de desafiar a opressão que mantém o povo na ignorância e na dependência.

A oposição realizada pelos  diferentes partidos políticos é nula e inconsequente. Não conseguem cativar o eleitorado, e , em vez de aproveitar a oportunidade para serem verdadeiras alternativas, continuam a ser fracos e vaidosos. Os seus líderes, mais preocupados com o poder pelo poder do que com o bem-estar da Pessoa Humana, não têm a coragem de enfrentar o sistema como deve ser feito.  Precisamos de líderes que realmente nos representem, que lutem por todos e não por interesses próprios. Hoje, a oposição dá a imagem de uma política vazia, em que a aparência de oposição é mais importante do que qualquer compromisso real com a mudança.

Existe na nossa Região uma parte da sociedade alimentada pela subsidio-dependência. É um ciclo vicioso que perpetua a miséria e mantém o poder nas mãos de poucos. Esta estratégia serve para garantir a lealdade do povo, não a promoção da justiça ou da equidade, mas a criação de uma rede de dependência que afasta as pessoas da autonomia e as torna reféns do sistema. Em vez de investir na educação, na formação e no desenvolvimento, o que se faz é distribuir subsídios, achando que com isso ganham-se os votos e o apoio da população. Esses subsídios, que surgiam como uma "ajuda" em tempos de necessidade, são uma ferramenta para criar uma sociedade que olha para o governo como a única fonte de sobrevivência. O medo de perder essas ajudas e a dependência das ajudas do “governo regional” faz com que muitos se tornem prisioneiros do próprio sistema, aceitando a injustiça como algo natural.

Este sistema de subsídios não traz o bem-estar das pessoas necessitadas, mas sim a sua condição de submissão. Os beneficiários desses auxílios são aos poucos, afastados da dignidade e da liberdade, transformados em massa de manobra eleitoral.

Num governo regional com 30 mil funcionários públicos, a dependência da política do medo é a norma. O medo que emana do topo da hierarquia atinge todos os níveis, criando uma estrutura onde a lealdade ao regime é mais valorizada do que o mérito. Não há espaço para quem realmente trabalha para o bem comum; as nomeações são usadas para garantir o silêncio e a submissão.

Compram-se consciências em troca de cargos. Os que aceitam essa troca são coniventes. São uns trastes, indivíduos de pouco valor que se deixaram corromper, venderam os seus princípios há muito!. Sabem que são peças fundamentais da engrenagem e são mestres da politiquice! Fica minada a confiança nas instituições, e perpetua-se uma rede que enfraquece ainda mais as bases do Estado de Direito.  A tão falada meritocracia desapareceu, pois o único critério para ascender a posições de destaque é a obediência cega ao sistema, não a competência ou o esforço.

Neste ambiente tóxico, a verdade e a dignidade das pessoas tornam-se utópicas. As pessoas são silenciadas, não porque não têm voz, mas porque temem as repercussões de se opor ao sistema. As promessas de justiça e progresso ficam esquecidas, enquanto a máquina governativa gira apenas em torno do poder e da manutenção do controlo.  E assim, o governo regional mantém-se em pé não pela sua eficácia ou pelos seus valores, mas pela manipulação de um sistema autoritário que transforma os funcionários em peões. E no meio deste cenário, temos os dirigentes políticos, suspeitos em escândalos de corrupção, que continuam a ser protegidos pelo próprio sistema que eles ajudam a manter. Eles não são servos do povo, mas sim agentes de uma máquina que usa os recursos públicos para garantir a sua própria sobrevivência. A verdadeira tragédia desta sociedade é que a independência e a autonomia foram sacrificadas em nome de um falso progresso sustentado por um sistema que, em vez de capacitar o povo, o mantém cativo. A dependência, alimentada por subsídios e promessas vazias, tornou-se a moeda de troca para garantir votos e apoio, mas a um custo alto: a perda da dignidade e da confiança no futuro.

É uma forma de governar que tem como alicerces, o medo, a subordinação e a mentira. O que importa é a sobrevivência do sistema, e a verdade, nunca será um obstáculo.

A verdade é clara: a Autonomia da nossa terra está em perigo, e só podemos recuperá-la se decidirmos enfrentar a opressão disfarçada de conforto. Precisamos de libertar-nos da mordaça do medo, de rejeitar a tentação da submissão em troca de favores temporários. O poder económico e político só permanecem fortes enquanto nós, as pessoas, os gentios, permanecermos fracos, divididos, calados e  em silêncio.  Mas se procurarmos pela nossa consciência coletiva como Região, como Povo Insular, se nos recusarmos a ceder às pressões, podemos retomar o controlo do nosso destino. Não podemos mais deixar que a nossa voz seja abafada em troca de promessas vazias.

O verdadeiro poder reside na liberdade de agir, de falar e de lutar pelos nossos direitos. É tempo de recuperar a nossa Autonomia, é tempo de nos unirmos em nome da justiça e da dignidade. Que o nosso silêncio não seja mais o eco da subordinação, mas sim o grito de resistência que irá devolver à nossa Madeira o valor da sua verdadeira liberdade.

Queremos um futuro onde o povo seja forte, não pela dependência, mas pela sua própria força, pela sua capacidade de lutar pelos seus direitos, de trabalhar para o seu futuro.

Nós, as pessoas, devemos lutar pela regeneração da nossa terra, por líderes novos que se ergam com coragem, com visão, com caráter. Chegou a hora de assumirmos o controlo do nosso destino, de construir uma sociedade livre do medo, onde possamos confiar uns nos outros, onde a justiça seja feita, e onde todos tenham um lugar para prosperar. Não tenhamos medo… não tenhamos medo…

A vaidade de um líder é como um espelho distorcido, onde a sua visão de si próprio é amplificada, tornando-o incapaz de ver as verdadeiras necessidades do seu povo. E assim, com a ilusão do poder construído à custa de um ego frágil, o líder afasta-se do bem comum e aproxima-se da destruição daquilo que deveria proteger.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 6 de Janeiro de 2025
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