O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, esteve em Belém, mas, ao contrário de outras visitas, não estava rodeado dos seus habituais aliados. Com um cenário político em ruínas, Albuquerque viu-se, desta vez, acompanhado por Miguel de Sousa e Guilherme Silva, figuras gastas que não fazem parte do seu núcleo mais íntimo. Algo parece estar a desmoronar-se na sua liderança. Onde estão Jaime Ramos, Rubina, Cunha e Silva…?
O ponto alto da visita foi, sem dúvida, o momento em que Hugo Soares - que Albuquerque queria como bengala - quando questionado sobre o apoio do PSD nacional a Albuquerque, não fez questão de reiterar o seu compromisso. "Os militantes do PSD/M é que escolhem o seu candidato", afirmou, como quem dá um empurrão disfarçado. E se, por acaso, o candidato não for Albuquerque? Pois, o tapete foi literalmente puxado, e o desconforto era palpável.
Marcelo, sempre hábil, não perdeu tempo a desviar-se das tentativas de impor a data de 9 de março para as eleições regionais. Albuquerque, em busca de uma solução que lhe permitisse salvar a face, viu-se ignorado pelo Presidente, o que, ironicamente, só serviu para abrir ainda mais a porta a Manuel António Correia. O silêncio de Marcelo foi eloquente, deixando a sugestão de que talvez fosse a altura de o PSD/M fazer uma reflexão interna. E se, na verdade, as eleições regionais começassem dentro do próprio partido?
Albuquerque fragilizado, sem o apoio esperado, e ignorado por aqueles que outrora foram seus aliados, vê-se agora numa encruzilhada.
E, enquanto isso, na retaguarda, figuras como Manuel António, talvez não tão ofuscadas pela correria da política local, podem já estar a preparar o seu momento. A dúvida está no ar: será que o PSD/M precisa de uma limpeza interna, um novo ciclo de renovação? Ou será este apenas o princípio do fim de uma era? O tempo, esse mestre implacável, dirá.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 7 de Janeiro de 2025
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