Caro Vereador João Rodrigues,
É com profunda tristeza que escrevo pelo seu inarrável trabalho na administração dos bares da Praia Formosa. Afinal, quem mais poderia ter a ousadia e criatividade de permitir que estabelecimentos funcionem sem licença e, como cereja no topo do bolo, ainda aumentem o número de mesas e cadeiras sem qualquer constrangimento? Um verdadeiro exemplo de flexibilidade e interpretação generosa das regras, que certamente estará a inspirar muitos outros a seguir o mesmo caminho. Bares sem casas de banho e canalização apropriada, como manda a Lei.
Não sei como, mas o seu talento para gerir este tipo de situações deve ser digno de aplausos. Afinal, quem precisa de burocracia quando se tem uma visão tão inovadora de "gestão à portuguesa", onde as licenças são apenas detalhes sem grande relevância e o aumento da ocupação do espaço público é uma questão de… “dinamizar a economia local”, não é?
E que dizer do impacto ambiental? Essa pequena preocupação que tanto incomoda a maioria das pessoas, especialmente quando se trata de esplanadas que, claro, surgem como cogumelos em plena praia, com cadeiras que se multiplicam quase tão rapidamente quanto as selfies que os turistas tiram. Que maravilha! Quanto mais melhor, não é mesmo? Não faz mal que a vista se estreite e que os passantes fiquem a lutar pela passagem, um pequeno preço a pagar pela comodidade de ver todos os espaços ocupados.
É claro que a Praia Formosa já era famosa pela sua beleza natural, mas agora, com o charme adicional dos bares sem licença e das mesas e cadeiras a expandirem-se como um império, é certo que o local se transformou numa verdadeira referência internacional. O caos, esse, parece ser apenas um pequeno sacrifício em nome do progresso.
Por fim, deixo-lhe a minha sincera tristeza, pois não é todo o dia que se vê tamanha destreza em administrar um espaço tão icónico, tornando-o ainda mais movimentado… sem, aparentemente, se preocupar com o peso das licenças ou a escassez de espaço público. O futuro certamente lhe reserva uma carreira brilhante à frente da nossa urbanidade cada vez mais betonizada e, claro, desorganizada. Já para não falar do saque de areias e pedras à praia pública, com certeza para mais betão na ilha, bem como o corte de árvores da zona, que fornecem um pouco de sombra natural. Desapareça e não volte mais ao Funchal. Nunca mais.
Com os melhores cumprimentos,
Um cidadão profundamente zangado pela sua visão anti ambientalista e anti Funchal
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025
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