A campanha do PS-M corre o risco de ser uma briga eterna.

H á partidos que parecem sofrer de um estranho vício: o da autodestruição. Sempre que se aproximam eleições, momentos que exigem unidade, foco e estratégia, entregam-se a brigas internas públicas, lutas de egos e guerras de fações. Como se a prioridade não fosse convencer o eleitorado, mas derrotar o colega do lado. Eu sei que um deles está minado e tem toupeiras ao serviço do sistema, mas caramba, uma e outra vez ao fim de 50 anos ainda não arranjaram solução? As pessoas estão cansadas e já esperam pelas confusões, parece que o partido que ganha não sai da sua fórmula e o que perde também não.

Estamos em pré-campanha das Legislativas Nacionais e briga-se por autárquicas. 

Discussões estéreis, intrigas, trocas de acusações nos bastidores, temas fora de tempo, o espetáculo da divisão substitui qualquer projeto político claro. Enquanto os adversários se organizam, estes militantes ocupam-se a medir forças entre si, muitas vezes esquecendo o eleitor comum, que assiste a tudo entre o desencanto e a ironia. Está claro que um fugitivo da lei diz que oferece estabilidade e o povo acredita e vota.

O resultado repete-se como uma velha maldição: maus desempenhos nas urnas, derrotas humilhantes e discursos amargos de desresponsabilização. Raramente se olha para dentro, para perceber que ninguém confia num partido que nem em si próprio confia.

Quem não sabe vencer as suas vaidades dificilmente conquistará a confiança de uma região. Não se esqueçam das culpas próprias pelo crescimento dos extremismos.

A minha solidariedade a Emanuel Câmara.

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