Energia Verde não baixa a factura?


P orque é que quanto mais tecnologias verdes produzem energia, que não é mais do que aproveitar a natureza, a força motriz da natureza e, com isso, menos uma despesa, a conta da eletricidade no consumidor não baixa? É uma pergunta muito pertinente e que muitos consumidores também se colocam. Em teoria, com mais energias renováveis (como solar, eólica ou hídrica), que têm custos marginais muito baixos (quase zero após a instalação), o preço da eletricidade deveria baixar. Mas na prática, vários fatores impedem que isso aconteça de forma direta e imediata. É assim que argumentam para os preços não descerem, o que para mim significa mais ganhos para alguns.

1. Preço da eletricidade é definido pelo mercado (sistema marginalista)

Na maioria dos países europeus (incluindo Portugal), o preço da eletricidade no mercado grossista é definido pelo custo da última central que entra em funcionamento para satisfazer a procura, normalmente uma central a gás natural. Mesmo que 80% da eletricidade venha de fontes baratas (como o vento ou o sol), o preço é fixado pela fonte mais cara usada naquele momento.

Incrível.

2. Investimento e manutenção das redes

Mesmo com renováveis, é necessário:

  • Manter e expandir a rede elétrica (linhas, transformadores, etc.).
  • Investir em armazenamento, baterias ou interligações para lidar com a intermitência do vento e do sol.
  • Pagar os custos de backup: quando não há sol ou vento, as centrais convencionais têm de estar prontas para funcionar, o que custa dinheiro.

Mas, se a solução verde não tem um consumível permanente, porque é que essa parcela não sai da conta?

3. Tributação e taxas fixas

Uma parte significativa da conta da eletricidade são impostos, taxas e tarifas de acesso às redes. Mesmo que o custo da produção baixe, essa parte muitas vezes permanece igual ou até aumenta, por decisões políticas ou necessidades orçamentais.

Portanto, o custo de produção desce e os impostos ocupam o lugar?

4. Lucros e interesses dos operadores

Nem sempre as reduções de custo são automaticamente refletidas no preço final ao consumidor. Empresas e operadores de mercado podem reter margens de lucro, especialmente se não houver suficiente concorrência ou regulação eficaz.

Pois, deixa andar quando o preço sobe, como nas gasolineiras.

5. Transição energética tem custos

A mudança para um sistema baseado em renováveis exige enormes investimentos iniciais (instalação de painéis solares, turbinas eólicas, redes inteligentes, etc.). Estes custos acabam por ser refletidos nas faturas dos consumidores.

Vocês querem-me dizer que a energia verde tem mais custos que a dos fósseis? Jura!

Conclui-se que, teoricamente, embora a energia verde em si seja mais barata a longo prazo, o sistema elétrico como um todo tem custos complexos e mecanismos de formação de preço que não beneficiam automaticamente o consumidor final.

Ahhhh, palavras bonitas. É com estas injustiças e ganâncias que o mudo vai cada vez pior com pessoas mais revoltadas. Agora os oligarcas, destas áreas e outras, chegaram com a ganância ao centro de poder.

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