Ferry: o Élvio tem "tintins", quantos publicariam?


M adeira Opina, o texto não é meu, mas lembro que em tempos o Luís Bettencourt do Porto Santo foi censurado na praça e vocês passaram a publicar tudo, vejo nesta situação algo idêntico e acho que devem fazer o mesmo já que abriram o precedente, até porque vocês mesmo são sistematicamente censurados. É do Élvio Sousa e faz uma revelação importante, o que se percebe é que parece que os oligarcas metem os jornalistas a saber as ideias ou estratégias dos outros para combater, mas depois nada disto é público. Há mais censuras do que imaginam. Portanto, o Élvio Sousa continuam censurado pelo "homem do gás", foi expulso da escrita pelo centenário por falar dele e agora nem todas as coberturas são publicáveis. A política e os oligarcas estão a enterrar o centenário.

FERRY: A ENTREVISTA que NÃO FOI PUBLICADA

Há mais 3 semanas recebi da direção do DN-M um conjunto de cinco questões sobre a questão do FERRY.

Respondi atempadamente. Como não foi entretanto publicado, e a bem da transparência e da coerência, publico-a aqui.

ENTREVISTA:

"Estando o DIÁRIO a preparar o dossier ferry, venho por este meio solicitar ao JPP explicações sobre diversos aspetos desta matéria, dado que este foi tema do programa eleitoral.

DN - Em que moldes e com que governos de outras regiões insulares foram estabelecidos contactos no sentido de viabilizar o ferry entre o Continente e a Madeira?

Élvio Sousa - Duarte Rodrigues do Grupo Sousa, afirmou em 2014, que o ARMAS, o “armador canário saiu da linha porque era deficitária”. Esta afirmação contraria os argumentos da reunião que tivemos recentemente com o diretor comercial daquela operação. O aumento das taxas portuárias e os constrangimentos criados pelo então Governo Regional da Madeira foram decisivos para o abandono da linha rentável. O operador de então tinha rentabilidade na operação. Portanto, a operação não era deficitária financeiramente, desmentindo inequivocamente os responsáveis do GRUPO SOUSA. Aliás, Miguel de Sousa esta semana, corrobora e confirma a tese da sabotagem: o (Governo) “tinha feito a vida ao Armas impossível e ele se foi”. 

As soluções assentam em duas fórmulas. Na diplomacia comercial e política entre governos (Madeira e Canárias) e na exigência do Estado em pleno respeito pela Constituição e pela continuidade territorial.

DN - Com que outros políticos e interlocutores empresariais foram estabelecidos contactos e qual foi o desfecho das negociações?

Élvio Sousa - Os acordos políticos entre o JPP e outras forças políticas europeias e insulares são públicas, nas quais destacamos o partido Coligação Canária e o PDE- Partido Democrático Europeu. Brevemente estão previstas ações envolvendo as partes e outras parcerias conquistadas. Todas elas servirão para implementar um programa viável e alternativo à submissão do poder político aos interesses económicos monopolistas. 

DN - Qual era o montante financeiro público envolvido na operação e quais as características práticas da ligação, desde frequências, ao tipo de embarcação e ao preço a praticar?

Élvio Sousa - A viabilidade de uma operação semanal de um FERRY não implica necessariamente um concurso público internacional. Observe-se o estabelecimento da operação do avião cargueiro ou da ajuda sazonal às companhias aéreas. Os responsáveis do Grupo Sousa e outros seres narram e repetem frequentemente que para montar uma operação dessa envergadura o Orçamento Regional tem de se chegar à frente, com largos milhões. Errado! Primeiro, o Grupo Sousa não deseja obviamente a concorrência direta, e daí estar a promover essa tese incorreta. Segundo, porque o Ferry vai trazer uma alternativa livre e comercial para baixar o preço das mercadorias e consequentemente o custo de vida.

DN - O JPP mantém os contactos ativos de modo a participar numa solução que leve à concretização do serviço?

Élvio Sousa - Um ditado chinês arroga que uma ave não canta porque pedem, canta porque quer. Assim será a nossa estratégia. O JPP tem um Programa de Governo credível e alternativo e que assenta, se estivéssemos a governar, numa operação Ferry já no próximo ano de 2026, e sem a premissa subsidiodependência com vista a onerar os cofres da Região. O Governo PSD e CDS têm de ser proativos e cultivar as soluções fora do Orçamento.

Recordo que Luís Miguel de Sousa, em 2019, afirmou que concorreu à linha porque calculava um prejuízo “muito inferior” e porque havia detetado ser “um anseio das pessoas da Madeira”. Na verdade, a operação foi montada quase a conta-gotas, sem eficiência nem boa gestão. Essa é a verdade. Nós não nos baseamos em anseios ou prejuízos. Cultivamos as sinergias. Fomos buscar alternativas, metodologia que o PSD que governa há 50 anos nunca o fez. Essa é a diferença. 

DN - No vosso entendimento que números deveriam ser atingidos - ao nível de passageiros e de carga - para tornar a operação sustentável?

Élvio Sousa - Antes disso é fundamental concretizar uma segunda rampa exclusiva dedicada com terrapleno de apoio. O PSD e o CDS já rejeitaram essa nossa proposta. Vamos apresentá-la novamente. 

A viabilidade da operação é conseguida pelo transporte de carga. Recorde-se que a cota de mercado em 2011 rondou os 11%. As barreiras à concorrência são instrumentalizadas por quem não interessa ter mais operadores no mercado da carga. Essa é a grande verdade. Os números de 2011 amplamente conhecidos foram aqueles que determinaram a viabilidade da operação, e a eventualidade de uma segunda embarcação, segundo os responsáveis canários.

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