"Estabilidade" à bomba.
O segredo da Madeira é manter o clima de medo de perder qualquer coisa, mas esta FLAMA, já coisa antiga, será que tem descendência ou temos octogenários delinquentes pela cidade a riscar? Que a Igreja riscava pelo PSD já mais de meio mundo sabe, pelas amostras, na FLAMA não me admirava, sempre tivemos um bispado citrino. Mas lá está a inscrição, entre o Tribunal de Menores que, sem quartel do Carmo, pelo menos jaz na rua, e ainda uma Agência para ir desta para melhor, é de viagens mesmo, não uma funerária.
A FLAMA (Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira) foi um movimento separatista e paramilitar ativo entre 1974 e 1978, durante o período revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril de 1974. O seu principal objetivo era a independência da Madeira em relação a Portugal continental. Portanto a esquerda queria o fim da ditadura e a FLAMA queria manter um ramal de Direita. Muitos historiadores consideram que a FLAMA representava mais uma reação de setores conservadores e de direita da elite madeirense, contra a crescente influência da esquerda no país, do que um movimento com base em nacionalismo étnico ou cultural. Acredito ou não? Às vezes fico a pensar no futuro, quem ler aqueles calhamaços da dívida se vai ter alguma noção das coisas.
Durante o período de atividade, a FLAMA realizou cerca de 200 atentados bombistas, TNT mesmo, não dívida pública, principalmente entre 1975 e 1978. As ações visavam alvos associados à esquerda política, como sindicatos, jornalistas, professores universitários e instalações públicas. Eu não disse que o segredo é o medo?! É ver os jornalistas agora como são ... da FLAMA?! Um dos ataques mais notórios foi contra a Emissora Nacional na Madeira, em agosto de 1975, que sofreu dois atentados em menos de duas semanas. Será que a proximidade adocicou o jornalismo da atualidade? FLAMA Jesus, ahhhh... já começo a perceber a "Redação".
A organização chegou a criar símbolos de um "Estado madeirense", incluindo uma bandeira, um hino e até uma moeda própria chamada "Zarco" . Como não sou de intrigas deixo o link de novo.
Com a aprovação da Constituição de 1976 e a criação da Região Autónoma da Madeira, a FLAMA perdeu força e relevância. Coincidência ou não, a sua atividade cessou por completo depois 1978, "coincidindo" com a ascensão de Alberto João Jardim à presidência do Governo Regional. Embora tenha havido acusações de que Jardim teria sido cúmplice ou complacente com as ações da FLAMA, ele sempre negou qualquer envolvimento direto (link). Será que estas inscrições são da costela radical do PSD, fornecedor do Chega?
Em anos posteriores, especialmente em momentos de tensão política entre o governo regional e o governo central, surgiram ações simbólicas associadas à FLAMA, medo, como o hasteamento de bandeiras. No entanto, os fundadores originais do movimento distanciaram-se dessas iniciativas, considerando-as tentativas de instrumentalização política. Como nos nossos dias?
Porque é que de vez em quando surgem inscrições de FLAMA no Funchal? Para lembrar? Manter a tensão? Como nesta Autonomia a bagunça corruptiva já é o que é, imagine-se com mais ainda, com independência. O que sei é que nestes entretenimentos uns fazem muita vida e outros nenhuma. Gostava muito que os madeirenses perdessem o medo. Amém!
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