A o tempo que há uma maltinha a avisar que o PSD quer privatizar a Saúde, da mesma maneira que andaram a prever que vocês iam ficam sem a natureza desta ilha, com levadas e trilhos. Limitar atos médicos apenas a utentes inscritos no Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM) pode muito bem ser visto como um passo estratégico, e politicamente disfarçado, no sentido da privatização parcial ou, no mínimo, de manipulação estatística.
Isto reduz artificialmente a pressão sobre o sistema, mas não porque se resolveram os problemas. É como dizer que há menos doentes na sala de espera... porque se fechou a porta a metade. Se só contam para as listas, os que têm inscrição ativa, os restantes simplesmente desaparecem das estatísticas. Isto permite ao governo regional:
- Apresentar dados mais “limpos”;
- Dizer que as listas estão a descer;
- Usar esses números como trunfo político.
Mas o problema real continua, só que agora invisível, e portanto politicamente inofensivo. Isto é a porta aberta à privatização encapotada. Se o sistema público começa a excluir pessoas, mesmo que indiretamente, quem fica de fora terá de:
- Procurar alternativas no privado;
- Recorrer a seguros de saúde;
- Pagar do bolso, mesmo quando tem direito constitucional ao acesso público.
Na prática, isto empurra silenciosamente utentes para o setor privado, não por escolha, mas por exclusão.
Era você que queria estabilidade nos "mão no pote" e descuidou da sua? Isto é uma forma encapotada de aliviar pressões sem resolver causas. Muitas medidas que parecem “técnicas” têm impacto real e profundamente político: afasta o serviço regional de saúde da sua missão universalista e pavimenta, aos poucos, um caminho para mais exclusão, mais privatização e menos solidariedade no acesso à saúde.
Há muito eleitor parvo!
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