F alo da quantidade de turismo, não me meto em logística e carga porque seria fiscalizado pela GNR. Falo da capacidade de carga turística, ou seja, ao número máximo de pessoas que o destino turístico pode suportar sem causar impactos negativos significativos no ambiente, na comunidade local e na qualidade da experiência do visitante.
O que acham, onde estamos? É para prosseguir com mais turistas e carro de rent-a-car? Hotéis e Alojamentos Locais? Quantas pessoas o espaço físico pode acomodar? Qual o limite para que o turismo não cause danos irreversíveis aos ecossistemas e recursos naturais (água, resíduos, poluição).
Qual é o ponto em que a presença de turistas começa a afetar negativamente a qualidade de vida dos residentes, a sua cultura e tradições, ou a causar atritos sociais? Qual o limite em que o turismo beneficia a economia local sem gerar dependência excessiva, inflação ou exclusão dos residentes? Cada pergunta um melro...
Mas os turistas também contam, qual a perceção deles acerca da sobrelotação pelos turistas que afeta a sua experiência? O objetivo da Madeira tem sido promover um turismo de maior valor acrescentado e menos massificado? Estão a ver a Madeira a atrair turistas com maior poder de compra e que valorizem a natureza e a cultura, em vez de focar apenas no número de visitantes?
Como e que a Madeira tendo apostado na sustentabilidade, tendo inclusivamente obtido a certificação EarthCheck (nível Prata) como destino turístico sustentável, como vai manter? Isto implica um compromisso com a gestão ambiental, social e económica do turismo. Estão a ver o Governo importado com isso?
Mas como definir uma quota sustentável de turismo?
A Madeira realizou estudos técnicos aprofundados que avaliem os impactos do turismo em diferentes áreas da ilha (especialmente nas zonas mais pressionadas), considerando os recursos hídricos, a gestão de resíduos, a pressão sobre as infraestruturas, a conservação da natureza e a perceção dos residentes? Há quanto tempo não o fazem de forma séria? Os estudos devem ser dinâmicos e revistos periodicamente.
Alguém tem conhecimento do Governo ter implementado sistemas de monitorização de indicadores, a chave da gestão sustentabilidade? Consumo de água per capita/ turista, produção de resíduos, pegada de carbono, satisfação dos residentes, biodiversidade em áreas protegidas, etc? Ui, um texto ranhoso.
O Programa Regional de Ordenamento do Território da Região Autónoma da Madeira (PROTRAM) e o Programa de Ordenamento Turístico são cruciais para definir onde o turismo pode crescer, em que condições e com que limites, direcionando o desenvolvimento para zonas que possam absorvê-lo melhor e protegendo as mais sensíveis. Então, se o secretário Jesus diz que ainda temos muito para crescer e nós vemos lugares atolados com turistas e pessoas, onde é que se suporta para fazer estas afirmações?
Alguém avalia a necessidade de novas unidades hoteleiras, existe moratórias ou limites à construção em zonas já saturadas? Alguém vê a promoção do turismo para outras áreas da ilha (e no Porto Santo), que não sejam as mais concentradas, e diversificar a oferta (turismo de natureza, cultural, ativo, wellness) para aliviar a pressão sobre os pontos mais procurados? Jesus fala, mas como vai por em prática, vai mandar nos turistas?
Em locais de maior pressão (como o nascer do sol no Pico do Areeiro, ou os trilhos mais populares), pode ser necessário implementar sistemas de controlo de acesso, reservas prévias ou limites diários de visitantes. O Governo furta-se a isso para acabar com as filas indianas e pretende privatizar? Mas e se acontecer um desastre, quebrada, incêndio, e esta gente ficar bloqueada qual é o plano de contingência? Alguém ouviu falar ou é um desenrasquem-se como no Aeroporto com ventos e voo cancelados?
Quando começa a campanha de sensibilização para turistas e residentes sobre as boas práticas de sustentabilidade e a importância da preservação do património natural e cultural.
Para rir, quando é que a Secretaria do Turismo assegurar que a população local tem voz na discussão sobre o futuro do turismo e que os benefícios económicos são distribuídos de forma justa, evitando a turistificação excessiva que expulsa os residentes? Nunca! Que alegria para o Madeira Opina.
Meteram-se na massificação do turismo e esqueceram do equilíbrio delicado que exige monitorização constante e, se necessário, medidas de contenção para evitar que o sucesso do turismo se torne na sua própria ruína.
Já começa a crescer o número de lojas de souvenir da China no Funchal a ocupar o lugar de outro comércio.
Porque há tanta gente a escrever tretas nos jornais?
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