Festas temos muitas, infraestruturas para uma sociedade saudável e próspera, poucas.


E escrevo exclusivamente para os madeirenses, que ainda não perceberam que os jornais se enchem de casos do dia, desporto e festas e não lembram a população como está "descalça" no básico. O madeirense parece que se satisfaz com a riqueza de meia dúzia e não tem ambição por uma classe média com essa concentração de riqueza derramada por todos. O madeirense parece que se resigna que isto é assim e não se pode fazer nada e junta-se aos carrascos. Certamente que ainda sabem distinguir o certo e o errado, o zero do um, etc, portanto, o problema está na sua interpretação instruída pelos jornais do regime e bocas estúpidas que tudo resolve. Seremos uma região, não xenófoba, que resigna a ver todos os que chegam a impor a sua lei para enriquecer os mesmos. A Madeira está a ser seriamente danificada pelo modelo económico, depois desta primavera e verão vem o outono e o inverno.

A prevalência de festividades e entretenimento ofusca a falta de investimento em infraestruturas essenciais para uma sociedade verdadeiramente próspera e equitativa. Como se mais notícias não houvesse para explorar, os media focam-se em "casos do dia, desporto e festas" em detrimento de uma análise mais crítica sobre as carências estruturais da sociedade. Os cidadãos são constantemente bombardeados com informação mais ligeira ou desviante, para ser difícil focar a atenção nas questões fundamentais que afetam o seu dia-a-dia a longo prazo.

Apesar da imagem de prosperidade, as bases que sustentam uma vida digna para a maioria estão fragilizada pelo custo de vida e os vencimentos possíveis. As pessoas parece que desistem da vida e dedicam-se a se distrair dos factos. A situação abrange áreas como a saúde, educação, habitação acessível, transportes públicos eficientes ou oportunidades de emprego qualificadas que não dependam apenas do turismo. Mas as festas têm uma faceta contraditória, o nível cultural, a despesa feita, é como ir ver montras no centro comercial...

Ambição e resignação. Numa economia em crescimento, é crucial que os benefícios se espalhem pela população, fortalecendo a classe média e diminuindo as desigualdades. Afirmação clara, isso não está a acontecer! Se a riqueza se concentra, a maioria pode sentir que está a ser deixada para trás, mesmo que os indicadores macroeconómicos pareçam positivos e a DREM dilua por todos.

O madeirense tem uma passividade cívica pura, dura e extensa. A falta de mobilização ou de crença na capacidade de mudança, com a ideia de que os outros não prestam, leva as pessoas a aceitar o status quo ou, pior, a alinhar-se com os que perpetuam um sistema que não os beneficia. A distinção entre "certo e errado, o zero do um" implica que a população tem a capacidade de discernir, mas é influenciada por narrativas que distorcem a realidade. e o facto mesmo é que os outros não prestam mas os governos são cada vez mais incompetentes, medíocres, mal criados e assediadores.

Mais uma vez, sobre o modelo económico e os seus perigos, "que se resigna a ver todos os que chegam a impor a sua lei para enriquecer os mesmos", levanta a questão do impacto de novos fluxos populacionais e investimentos. Estávamos quietos e mudaram a composição da sociedade, usos e costumes, a língua, encareceram tudo, abalroaram! Não se trata de xenofobia, mas de uma preocupação legítima, a chegada de novos residentes apenas a reforçam os interesses de um pequeno grupo, exacerbando problemas como o custo de vida, a gentrificação, a habitação e a saúde.

O modelo atual, focado excessivamente num único setor (como o turismo) ou num crescimento insustentável, pode parecer vibrante e próspero no curto prazo (primavera e verão), mas contém sementes de problemas futuros que se manifestarão quando as condições mudarem (outono e inverno). Há vulnerabilidade económica, esgotamento de recursos (insustentabilidade) e custo social de um crescimento desequilibrado.

Convida os madeirenses a parar a loucura, a questionar as narrativas dominantes, a exigir mais das suas lideranças e a procurar um modelo de desenvolvimento que seja verdadeiramente inclusivo e sustentável para o futuro da região.

O madeirense não tem rendimentos para esta vida, é um escravo!

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