S ão aqueles que juram servir, mas acabam muitas vezes a ser servidos, com motorista, gabinete e ar condicionado pago pelo Zé Povinho, que continua na fila do centro de saúde, a pagar impostos e a ouvir promessas com prazo de validade.
Capítulo I – Miguel Albuquerque e a sua Brigada de Etiqueta Explosiva
Comecemos com Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira, jardineiro amador e orador profissional de monólogos abruptos. Dono de uma linguagem que já deveria vir com cinto de segurança, tem liderado com o punho firme… e por vezes verbalmente destrutivo. Um verdadeiro exemplo de agarrar-se ao cargo de todas as maneiras para não ser despedido.
A sua equipa é um cocktail de tecnocratas, políticos de carreira e figuras que confundem serviço público com estatuto aristocrático. Nomes como:
Micaela Freitas (Saúde), passeia o guarda fato diariamente
Eduardo Jesus (Turismo e cultura imagine-se), misoginia e machismo imagem de marca
E, claro, outros nomeados e assessores que entraram no governo com tanta discrição que nem o povo, que paga os salários, sabe quem são.
Capítulo II – Pedro Calado, o Príncipe de São Pedro
E agora, avancemos para a Câmara Municipal do Funchal, onde brilha (com holofotes próprios) Pedro Calado, eleito com promessas de eficiência, renovação e um toque de tecnocracia. Veio da Vice-Presidência do Governo Regional para “salvar o Funchal” – ou, pelo menos, para o colocar mais próximo do modelo de gestão estilo “empresa pública sem escrutínio”.
A sua equipa, eleita com ele em 2021, é um verdadeiro clube de elite com uma agenda cheia... de reuniões entre si. Vamos aos protagonistas:
Cristina Pedra, vereadora das Finanças. Especialista em contas públicas e privadas, gosta mais de folhas de Excel do que de folhas de papel higiénico nas casas de banho públicas – que continuam escassas.
João Rodrigues, que detém os pelouros do urbanismo. Um homem que raramente se encontram no mesmo planeta.
Margarida Pocinho, responsável pela Educação, Saúde e Habitação. Tem no currículo palavras como “resiliência”, “estratégia” e “psicologia”, mas o povo continua à espera de respostas mais tangíveis: casas, consultas, escolas com menos humidade que uma gruta.
Um verdadeiro conselho executivo em versão tropical, onde a decisão é muitas vezes mais opaca do que o vidro fosco das janelas do gabinete.
Epílogo – E Agora, Patrão? Vai Continuar a Renovar o Contrato?
Com as eleições autárquicas ao virar da esquina, os verdadeiros patrões – os eleitores – serão chamados a decidir: querem manter estes empregados ou abrir concurso público para novas caras? A julgar pelo desempenho, há quem esteja há anos a prometer o mundo e a entregar uma rotunda mal iluminada.
Sim, os empregados do povo são pagos com o suor do povo. Mas muitos parecem ter desenvolvido alergia ao contacto com o mesmo. São vistos apenas em inaugurações, conferências de imprensa, e, claro, na sacrossanta campanha eleitoral – altura em que voltam a descer do pedestal para abraçar bebés e ouvir as queixas... que vão esquecer mal fechem as urnas.
No fundo, talvez esteja na hora de fazer um balanço com perguntas difíceis, como:
Onde estão os resultados?
Porque é que as promessas evaporaram?
E já agora: sabem mesmo quem são os vossos patrões?
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