P ara abrilhantar este espetáculo decadente da política madeirense, eis que entra em cena uma figura que, até há pouco tempo, ainda inspirava algum respeito: o pediatra Luís Nunes. Um homem que parecia ter coluna vertebral — talvez até tivesse, mas pelos vistos era de cartão prensado. Porque agora, sem grande aviso e com zero vergonha, decidiu juntar-se a uma equipa do Carvalho! Esse génio da escola velha do caciquismo, para integrar a sua equipa rumo à Câmara do Funchal.
Sim, leram bem, Luís Nunes — o médico que jurou cuidar das crianças — agora metido novamente de corpo e alma num projeto político onde a única coisa que se cuida são os interesses dos do costume. É o que dá passar demasiado tempo ao lado do poder: uns apanham influência, outros apanham vírus. E no caso do doutor, parece que a infeção foi cerebral.
Começa-se por alinhar num jantar, aceita-se um convite "por amizade", depois um telefonema aqui, uma promessa ali — e de repente, puff, lá vai ele de braço dado com os suspeitos de sempre, a caminho da câmara, não para cuidar da cidade, mas para servir quem já devia estar longe dela.
Será demência precoce? Ou será apenas conveniência bem planeada? Já nem sabemos se o doutor pensa pela sua cabeça ou se se limita a repetir o que lhe dizem no auricular. Talvez o filho, esse jovem dentista, tenha de intervir: "Oh pai, queres mesmo ser usado como marioneta por gente que te trata como peão descartável?" Se calhar, Luís Nunes já não está a distinguir entre um boletim de voto e um boletim clínico. Terá de ser internado compulsiamente pelo filho?
A verdade é esta: mais um que cedeu, mais um que se deixou domesticar pelo cheiro do poder — e tudo isto para quê? Para andar ao colo de Jorge Carvalho e ser empurrado numa candidatura reciclada, pensada nos bastidores da velha guarda, com a mesma receita de sempre: prometer muito, fazer pouco e proteger os amigos.
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