Com um parque de campismo para toda a Madeira, está à vista o campismo selvagem, pelas serras e nos já famosos "carros caracol"
A ganância dos amigos de Albuquerque atraiçoam as suas verdades absolutas.
N o Governo estamos falados, pelo que os funcionários públicos aturam e que foi finalmente visível com Eduardo Jesus na ALRAM com as suas tiradas sem nível, mas agora passemos à tenda da hipocrisia no Porto Santo, com Albuquerque e o "turismo rasca" que voltou de outra forma.
Há uns tempos, ainda tínhamos a inarrável secretária Prada, Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, causou polémica ao alegar que a região não queria "turismo rasca", numa justificação para o encerramento do parque de campismo do Porto Santo. A medida, que atingiu em cheio os madeirenses e outros turistas que faziam do campismo uma opção de férias mais acessível, foi então vendida como uma forma de elevar a qualidade do turismo na ilha dourada. Na altura, as críticas focaram-se na elitização do destino e no esquecimento de um segmento importante da população que via o campismo como uma tradição de verão.
Contudo, o tiro parece ter saído pela culatra, e com uma ironia digna de um enredo de comédia negra. Hoje, o que se vê e vamos voltar a ver no Porto Santo não é a elevação do "turismo de qualidade" prometido, mas sim uma proliferação do campismo selvagem. Os campistas, privados de uma infraestrutura adequada, espalham-se pela ilha, deixando um rasto de preocupações ambientais e de higiene. Mas o Porto Santo é uma amostra para o que se passa na Madeira.
Onde está agora a preocupação com o "rasca" que levou ao desmantelamento do parque no Porto Santo e que serviu de exemplo para todo o arquipélago? A decisão de afastar o campismo organizado, com as suas regras e infraestruturas de apoio, empurrou os rascas, turistas ou veraneantes para a informalidade, transformando o "turismo rasca" que se queria evitar em algo muito pior: o turismo desorganizado e sem controlo, o campismo selvagem.
E agora? Vão proibir a entrada de tendas na Madeira, as empresas de atividades "outdoor" serão proibidas de comercializar? A tenda será proibida porque o futuro é urbanismo com licenças jeitosas?
Albuquerque, na sua cruzada contra o que considerava indesejável, esqueceu-se que a natureza tem horror ao vácuo. Ao remover uma opção de alojamento acessível e regulada, criou um vazio que foi rapidamente preenchido por soluções improvisadas, menos sustentáveis e, ironicamente, muito mais "rascas" do que qualquer parque de campismo poderia ser. A massificação do turismo (trazido pelo governo do Albuquerque), agora sem alternativas viáveis para todos os bolsos, empurra os visitantes para a clandestinidade, gerando problemas que a tão propalada "qualidade" jamais previu ou resolveu. Este governo não estuda nada! E o que estuda é para dar o resultado que quer!
Será que a próxima medida será a proibição de estender toalhas na praia para evitar o "banhista rasca"? Vai exigir tendas de praia? Tinha piada! Resta saber quando o governo regional vai acordar para a realidade de que a exclusão de uns acaba por gerar problemas ainda maiores para todos.
Só espero que Albuquerque não seja surpreendido de novo no areal do Porto Santo por um incêndio na serra com origem num acampamento selvagem que não apagou bem a sua fogueira. O madeirense vai continuar a olhar para o umbigo e não para estas loucuras e hipocrisias?
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