Como desacreditar os prémios que se ganham nesta terra.
Boa noite. Sou morador na Camacha.
P ego no telemóvel, rodo as notícias e encontro a felicidade de um grupo hoteleiro, o Grupo Dorisol Hotels anunciou hoje que as suas quatro unidades, Dorisol Buganvília, Dorisol Mimosa, Dorisol Estrelícia e Florasol Residence Hotel, foram novamente distinguidas com o prestigiado galardão internacional Green Key 2025/2026. Esta é a terceira vez consecutiva que o grupo recebe esta distinção, reforçando o seu compromisso com a sustentabilidade, a eficiência operacional e a adoção de boas práticas ambientais em toda a sua operação. Muito bem, uma imensa alegria apadrinhada pelo "malcriado" e o nosso Presidente que não o demitiu. O "malcriado" é secretário do Turismo, Ambiente e Cultura. Imagine-se as contradições. Todos querem prémios e festa.
O Green Key, se não mudou, é uma distinção, um rótulo ecológico internacional para estabelecimentos turísticos, como hotéis, alojamentos locais, parques de campismo (devíamos ganhar aqui para a anedota ser maior), restaurantes e centros de congressos. É o padrão de excelência no setor de turismo que reconhece o compromisso com a responsabilidade ambiental e o funcionamento sustentável. Como qualquer distinção séria, os estabelecimentos precisam cumprir uma série de critérios rigorosos relacionados com a gestão ambiental, a redução do consumo de recursos (como água e energia) e a gestão de resíduos. Vamos a exemplos:
- Gestão Ambiental: Estabelecer uma política e um plano de ação ambiental.
- Redução de Consumo: Implementar medidas para poupar água (por exemplo, autoclismos de descarga dupla) e energia (uso de lâmpadas eficientes, fontes de energia renovável).
- Gestão de Resíduos: Fazer a separação e o encaminhamento correto dos resíduos.
- Fornecedores: Dar preferência a fornecedores com selos ambientais ou políticas de desenvolvimento sustentável.
- Informação e Envolvimento: Educar e envolver os funcionários e clientes nas práticas sustentáveis.
Portanto, o objetivo da Green Key é promover o turismo sustentável, incentivando o setor a adotar boas práticas ambientais, reduzir o impacto negativo e contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Em Portugal, o programa é implementado pela Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE).
Passemos à frente.
A lavandaria industrial Dorilimpa surgiu como um "spin-off" do Grupo Hoteleiro Dorisol. Desculpem o "palavra" no meu dicionário de gestão à inglesa, mas o que é um "spin-off"? É uma cisão empresarial, quando uma empresa existente, a "empresa-mãe", transforma uma de suas divisões, unidades de negócios ou projetos numa nova empresa independente. Essa nova empresa, embora tenha surgido da original, passa a operar com sua própria gestão, identidade e, muitas vezes, num novo mercado ou nicho. A Dorilimpa oferece serviços especializados de aluguer, lavagem e tratamento de roupas e uniformes para empresas de hotelaria e turismo, e tem uma ligação histórica com o Grupo Dorisol.
Portanto, o grupo hoteleiro ganhou a Green Key com um "spin-off", senão... não ganhava e os nossos governantes, loucos para aparecer, também não estavam. Todos hipócritas.
E o que é a Dorilimpa? Leiam quem já escreveu melhor do que eu:
- Até dá uma dor enquanto limpa. (link)
- Um navio poluente encalhado na Camacha. (link)
- Moradores alertam para contaminação do ar na Camacha. (link)
- Moradores do Vale Paraíso revoltados por causa da poluição. (link)
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