Miguel, já foste levantar o teu subsídio de mobilidade?


Caro Miguel Albuquerque

D iz-me só uma coisa: já foste levantar o teu reembolso da viagem a Lisboa, aquela em que foste implorar — perdão, convidar — o Montenegro para vir ao Chão da Lagoa? É que com os preços dos voos, compreendemos que a coisa custa. E como bom cidadão exemplar que és, queremos acreditar que cumpriste com todos os requisitos que impões ao povo.

Relembremos, para ninguém se perder:
  • Data dos voos (nada de confusões, não vais querer misturar com a tua última escapadinha ao continente);
  • Tarifa Classic, claro, sem luxos — deixa o caviar para depois da fatura;
  • Número do bilhete, código de reserva, código tarifário (sim, isso tudo que ninguém entende, mas o sistema pede);
  • Tarifa aérea até ao último cêntimo, porque sabemos como gostas de transparência... quando é contigo, claro;
  • Todas as taxas do planeta: segurança, emissão, serviço, taxa de respirar dentro do avião (essa deve estar para ser criada);
  • Bilhete eletrónico, fatura, recibo — e já agora, uma bênção do Senhor da Piedade, só por precaução.
Agora, enquanto te dedicas a essa nobre missão administrativa, aproveitamos para te lembrar que o JPP apresentou uma proposta simples: os madeirenses pagarem 79€ por viagem, como deveria ser. Parece justo, não? Afinal, não somos menos do que os outros cidadãos deste país.

Mas… surpresa! Tu, Miguel, e o teu PSD votaram contra. O Chega também, claro — a tropa está unida.

A desculpa? "Precisamos de uma plataforma credível".
Plataforma credível.
Lê-se e chora-se.
Credível como o teu governo?
Credível como as tuas promessas de regeneração política?
Credível como os contratos públicos que ninguém vê?
Credível como o teu silêncio em tempos oportunos?

Vá lá, Miguel. Ao menos tu consegues o reembolso. Já o povo, esse continua a pagar 400 e 500 euros para sair da ilha, porque, enfim, não tem o teu privilégio. Mas olha, obrigado por seres a cara de uma democracia vibrante onde quem manda viaja, e quem trabalha paga.

Um forte abraço,
De alguém que já não acredita em ti.

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