JSD Madeira: quando a vaidade se sobrepõe à estratégia


N a política, há momentos em que o orgulho pessoal tem de dar lugar ao bom senso coletivo. E neste momento, o futuro da JSD Madeira está a ser posto em risco por más escolhas, divisões internas e uma preocupante ausência de visão estratégica.

A recente publicação — “JP à frente da JSD! Bravo Bruno Melim!” — escancarou aquilo que muitos já comentavam em surdina: a juventude social-democrata regional está desorientada, consumida por guerras internas e a afastar os seus melhores quadros. E pior: a pagar o preço da falta de humildade de quem devia estar a construir pontes e não trincheiras.

Não se pode continuar a ignorar nomes que sempre deram a cara, que trabalharam, que lideraram com mérito e que ainda têm muito para dar. André Alves, Vítor Abreu, Dionísio Andrade, Dinis Ramos e António Gonçalves são apenas alguns dos nomes que deveriam estar no centro da construção do projeto para a Câmara Municipal do Funchal. Deixá-los de fora — ou marginalizá-los — é mais do que um erro político. É uma demonstração de miopia.

A verdade é esta: a lista do Funchal está em risco. E não por falta de juventude ou talento. Mas porque quem devia unir está a dividir. Henrique Carreira, com todo o respeito, não é um nome que una. Não gera entusiasmo, não mobiliza, não inspira confiança transversal. E é isso que está a afundar o projeto.

A Comissão Política da JSD ainda tem uma palavra a dizer. Bruno Melim, enquanto líder, também. Ou reavalia a posição, se reintegra quem merece estar no processo, ou então assume, de uma vez por todas, a irrelevância da JSD.

Se já não há espaço para consenso interno, então que se tenha coragem de fazer o que poucos fariam: encontrar um nome "outsider". Alguém que fale com os dois lados, que não esteja contaminado pela disputa, que pense Madeira e não apenas o seu umbigo. Um nome com respeito, com visão e com capacidade de unir, antes que seja tarde demais.

Esse nome tem de ser escolhido agora. Fora da bolha, fora dos corredores fechados e dos jogos de bastidores. Caso contrário, o que virá não será apenas uma derrota. Será a consagração da mediocridade. E a mediocridade não pode ser o destino da Madeira.

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