Lembrete ao "querido líder" dos papelinhos do burocrata errante.


Viva a sua governação.

Caro Dr. Miguel Albuquerque,

Espero que a sua deslocação (heróica) a Lisboa para a reunião com o Dr. Montenegro tenha corrido às mil maravilhas. Aposto que o voo foi confortável, o motorista simpático, o hotel de cinco estrelas, e tudo no maior dos luxos, como convém a quem governa com tanto “amor” pelo povo.

Agora, quando regressar à Madeira, fazia-nos um favorzinho? Só por desporto. Só para experimentar o mundo real. Dirija-se ao balcão dos CTT e tente, com a mesma paciência de um monge tibetano, pedir o subsídio de mobilidade. Isso mesmo: aquela epopeia digna de um romance de Kafka que qualquer madeirense conhece melhor do que a própria família.

Não se esqueça de levar:

  • Cartão de cidadão (em triplicado, não vá o sistema crashar);
  • Cartão de embarque (o original, porque digital é ficção científica);
  • Número de conta (porque aparentemente ainda não inventaram transferências automáticas dignas do século XXI).

Prepare-se para:

  • Puxar senha e esperar uma hora porque o sistema “está lento hoje” ( está sempre lento);
  • Ser olhado de lado por funcionários mais confusos que nós próprios com as regras do subsídio;
  • Preencher papéis como se ainda estivéssemos em 1985;
  • Ouvir a célebre frase: “Vai ter de aguardar. Isto agora demora um bocadinho”.

E no final, sinta na pele o que é um madeirense fazer de conta que este subsídio funciona bem, quando na prática é um verdadeiro teste à sanidade mental.

Fica o convite, Sr. Presidente. Quem sabe depois dessa experiência mágica não volta das suas viagens com menos pressa de sair de cá e mais pressa de fazer alguma coisa pelos que ficam.

Com os melhores cumprimentos (e zero paciência),

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