O rali da Madeira, quer queiram, quer não, é um evento das elites para se divertirem e o povo cheira efusivamente. Este evento tem dinheiro público e não tem outro objectivo que não enaltecer o povo superior, sem concorrência. Como já nos acostumamos a ver em várias áreas de actividade, sobretudo económica, assim nasce o sucesso de redoma.
Vi um texto no MO que falava sobre como iam conciliar rali com a quantidade carros de aluguer com turistas não familiarizados com os riscos e condicionamentos. É evidente que usaram o sarcasmo: link. Ninguém estuda, é um "fé em Deus".
No entanto, depois da capa do JM que mostra que o rali não derrama "receitas" a todos, outra capa do dia, do JN no continente, faz jornalismo de investigação, coisa que se evita na Madeira para não bater de frente com a realidade. Os vencimentos são muito baixos para fazer face ao custo de vida, supermercados e habitação. Não é notícias nova, desde há um ano a esta parte que vários órgãos de comunicação social sinalizam. É impossível não perguntar como andam os madeirenses com piores vencimentos e mais despesas por insularidade, monopólios e concertações.
Num instante a "festa" que distrai o povo que vai na onda de poncha e ralis, dá-se conta que não está a altura de "brincar" com o seu dinheiro, quando outros "brincam" com muito dinheiro público encapotado. Se os jornais não conseguem sobreviver sem dinheiro público, tal como os clubes de futebol, seria(m) o(s) rali(s) a conseguir na mesma economia "pirra"?
Temos governantes embevecidos, os números do tal sucesso de pacote dilui-se sobre a população e parece que somos todos iguais. O mais impressionante é que estamos a ver a festa a acabar e eles prosseguem. A Madeira vai deixar de gerir os dinheiros europeus, eles é que vão decidir, muitos esquemas vão acabar. A União Europeia tem outras prioridades e as ultraperiferias que não se fortaleceram até agora, depois não vão conseguir. Se juntarmos a isto o cansaço dos madeirenses com este modelo que ignora muitos e o facto dele ser uma monocultura de Turismo e Obras, percebe-se que algo de errado vem aí. Nesses tempos, lembrem-se da muita festa que se fez e do rali das elites.
O Savoy Palace vai lucrar com o "novo" parque fechado? Nunca se pensa em todos, todos, todos nesta Madeira. A insensibilidade social é tremenda, parece a do amigo de Albuquerque: Passos Coelho.
A subida do custo de vida ultrapassou o aumento dos rendimentos e a Deco tem observado um significativo acréscimo de famílias em dificuldades, com cada vez mais pessoas a recorrerem ao crédito para pagar a renda e até a prestação.
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