Raízes bem regadas, não é José Manuel?

 

Para os mestres da culinária não falta dinossauros no PSD para cozinhar.

A h, José Manuel Rodrigues, esse verdadeiro paladino da economia madeirense! Eis que surge novamente nas redes sociais, qual visionário iluminado, a saudar "mais um investimento" como quem saúda o renascimento da própria civilização ocidental. E que investimento, hein? Um restaurante, o ponto de viragem que todos esperávamos para catapultar a Madeira para o G7.

Mas o que mais impressiona não é o restaurante (embora claro, devemos todos erguer taças de espumante a Loredana e Carmine, os novos heróis da pátria). O que realmente nos deixa boquiabertos é a audácia olímpica — a verdadeira ginástica de cara-de-pau — de posar ao lado de Pedro Calado, naquele edifício que, por coincidência pura, foi erguido com os tijolos e cimento da alegada corrupção. Um monumento, não à gastronomia, mas à desfaçatez.

José Manuel, ninguém te avisou que tirar fotos sorridentes nesse cenário é como brindar com champanhe em cima de uma cratera? Ou talvez a ironia tenha se perdido no calor da bajulação institucional.

E aquele toque final: "Votos de sucessos." Claro, porque nada diz "prosperidade" como um edifício sob suspeita e uma selfie mal calibrada com um autarca envolvido em escândalos. É um novo tipo de turismo: o tour da transparência opaca.

Mas olha, força aí com as inaugurações. Quando a memória coletiva for curta o suficiente, talvez até erijam uma estátua sua. De preferência, com vista para o restaurante — e de costas para a Justiça.

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