Rapaz como estás aflitinho

A canção de Paulo de Carvalho diz que 10 anos é muito tempo, muitos dias, muitas horas a cantar (link). Luís Miguel de Sousa aparece na capa do seu Diário para outra canção, "a do bandido". Se 10 anos é muito tempo, imagine-se 40 de narrativas, semânticas e esquemas mentais, de gente que fala por si...

Luís Miguel Sousa tem dinheiro, mas não imagem, nem com o Diário, e se pensar que com a sua proximidade queima Cafôfo e queima o Gouveia e Melo, constar na capa do DN não deve ter menos efeito, sobretudo quando assistimos ao naipe de jornalistas convencidos de que a sua profissão é defender o regime, onde alguns, como Luís Miguel de Sousa, têm sucesso sem concorrência.

Não é uma questão de inveja, é uma constatação que se não tivesse o poder político a levá-lo ao colo não teria o sucesso que apregoa. A falta de popularidade de Luís Miguel de Sousa é a consciência de que esfola o madeirense com os seus fretes marítimos, incididos sobre todos os bens desembarcados. Tem influência tremenda nos preços e depois ainda vêm os "concertados", como os supermercados. O sucesso de Luís Miguel Sousa não derrama desenvolvimento, seca a economia, inviabiliza soluções de carga e passageiros, aumenta o custo de vida, etc. A culpa não é de Luís Miguel de Sousa, apesar das suas características monopolistas e de influência, é a dos governantes que acedem na sua teoria de preparar a democracia estanque que, caso caia nas mãos da oposição, os empresários do Regime inviabilizam a Governação. Tipo as obras no final de mandato dos Independentes da CMF.

Luís Miguel de Sousa pode ser um dos DDT/Oligarcas que, de hoje para amanhã, com a sua concentração de negócios e ganância, ainda coloca a Madeira de cócoras aos chineses. O jogo de Poder/Empresários transfere-se. E eu não sei se eles não serão mais amigos do madeirense, é que tanto se fala de inimigo externo mas isso é tanga, ninguém quer saber disto trancadinho como está, a não ser para levar de uma vez. O inimigo do madeirense comum sempre esteve aqui dentro, dos nossos, do Governo sectário e politicamente xenófobo coadjuvado pelos empresários de sempre a levar tudo.

Luís Miguel Sousa hoje parece o Alberto João dos calhamaços do revisionismo, do recontar em permanência para que fiquem na história como gostariam, mas não foram. Luís Miguel Sousa pode ter a consideração dos seus funcionários (bom patrão), dos políticos do poder e da oposição, do governo, mas não da generalidade dos madeirenses. Nem com a comunicação social, nem com mecenatos, nem com nada, porque do fulcral que mudava a vida dos madeirenses não toca.

Poderia falar mais e acertar, mas não quero ser deselegante na comemoração dos 40 anos, mas deixo esta música de Paulo de Carvalho, música pedida, onde se fala de todos...

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