PSD Madeira: o bom, o mau e o insignificante


A pesar da vitória nas eleições regionais, o PSD Madeira vive um colapso moral, institucional e político sem precedentes. Este colapso, visível de São Vicente ao Funchal e além, não é apenas eleitoral, é estrutural e ético. As listas autárquicas que se apresentam, em muitos casos, não visam servir os cidadãos, mas sim garantir a continuidade de negócios, esquemas e interesses privados. É um sistema podre, à vista de todos, que descredibiliza a democracia, sabota o desenvolvimento e nega dignidade às populações, sobretudo em matérias como habitação, saúde, segurança e igualdade de oportunidades.

Sob o comando de Miguel Albuquerque, o PSD Madeira tornou-se num aparelho de poder fechado sobre si próprio, onde o abuso de meios públicos, o uso indevido de funcionários estatais e a promiscuidade entre Estado e negócios são prática corrente. A corrupção atingiu um nível comparável aos países mais corruptos do mundo, Somália, Venezuela, Sudão do Sul, Iémen ou Haiti, onde o interesse público é constantemente capturado por clientelas privadas, e onde o povo é sistematicamente traído por aqueles que juraram servi-lo.

Contudo, nem todos dentro do PSD Madeira são farinha do mesmo saco. Ainda existem algumas boas pessoas no partido. Pessoas que, apesar de não ocuparem cargos ou tachos, mantêm uma postura de fidelidade cega, quase futebolística, ou vivem em conflito ético por estarem num partido que já não reconhecem como seu. Muitos permanecem calados por laços afetivos, pessoais ou familiares. Ainda assim, o voto continua a ser secreto, e nesse gesto silencioso reside, talvez, o último espaço de liberdade e consciência.

Depois, estão os maus, a "corja organizada". São aqueles que fizeram do partido uma máquina de poder pessoal e enriquecimento ilícito. Gente que instituiu na Madeira um nível de corrupção institucionalizada que envergonha qualquer cidadão decente. Estes são os verdadeiros responsáveis pela degradação da confiança pública e pela asfixia democrática da região.

Por fim, há os insignificantes. Aqueles que, sem qualquer expressão política, se limitam a replicar discursos dos maus para tentar conquistar um lugar à mesa. Estão ao nível de um pequeno tambor de lixo de casa de banho, aquele que está ao lado da sanita e serve para restos de papel higiénico e resíduos menores. Esses, que tentam meter a cabeça de fora para ganhar visibilidade, são o produto mais degradado do sistema partidário: sem ideias, sem moral e sem qualquer contributo útil para a democracia.

O que se passa no PSD Madeira é grave. Mas mais grave ainda é o silêncio de muitos e a indiferença de outros. Ao eleger corruptos, o povo deu-lhes poder. E agora, com os dentes todos à mostra, eles mostram ao que vieram. Quem tem valores, ética e sentido de serviço público, já percebeu o erro cometido.

Não se elege alguém para que se sirva a si próprio, e sim para que sirva o povo. Esse é o amadurecimento que a Madeira precisa. E também Portugal.

Mas estamos a tempo de restaurar a decência e as próximas autárquicas e presidenciais são sem dúvida um dos últimos escapes regionais e nacionais, para dar-mos um sinal de esperança aos nossos filhos!

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