O PRR serve para o hobby dos ricos?


O investimento público em grandes projetos, como campos de golfe, em regiões com desafios sociais e económicos como a Madeira, levanta um importante debate sobre a prioridade da despesa e a equidade social. Parece que o GR está louco e sem saber como gastar dinheiro em benefício da população. Não há recuperação e resiliência para a população mas para enriquecer mais os ricos e ainda lhes dar bem estar.

Investir em hobbies de ricos vs. necessidades sociais

A Madeira, apesar da sua beleza e potencial turístico, enfrenta índices de pobreza que exigem atenção urgente e investimento direcionado. O anúncio de múltiplos novos campos de golfe, frequentemente associados a projetos de luxo e ao financiamento de hobbies de um segmento populacional de elevado rendimento (residentes ou turistas), contrasta fortemente com as necessidades básicas e estruturais da maioria dos madeirenses.

Confesso que estou curioso para ver que valorização vão dar a Fátima Aveiro neste momento. O eleitorado está em observação negativa, mas pode cavar mais o poço. Não é a JPP ou Fátima Aveiro, as o que ela foi na Segurança Social, a última decente, e a sua dedicação ao banco alimentar.

A questão central, será que o investimento maciço em infraestruturas de luxo é a melhor alocação de recursos face aos desafios sociais existentes? O foco numa estratégia de turismo que privilegia o segmento de luxo, embora possa atrair capital, arrisca-se a:

  • Aprofundar a desigualdade: ao investir em projetos que servem principalmente os mais ricos, o Governo pode estar a ignorar (ou a alocar recursos de forma insuficiente) as áreas críticas que beneficiariam a população mais vulnerável, como habitação a preços acessíveis, saúde, educação e apoio social. E, insiste-se em soluções de baixos vencimentos.
  • Sustentabilidade em dúvida: um campo de golfe é uma infraestrutura com elevadas exigências de recursos hídricos e manutenção, levantando questões de sustentabilidade ambiental numa ilha com recursos limitados.
  • Desvio de foco: o investimento avultado em golfe desvia a atenção e os recursos que poderiam ser aplicados em medidas diretas de combate à pobreza, como o reforço das prestações sociais, a criação de empregos qualificados fora do setor de luxo, ou a melhoria de serviços públicos essenciais. Albuquerque não se preocupa com a minga da classe média? Quer pobres manobráveis?

O risco dos fundos do PRR

A preocupação é amplificada se uma parte significativa destes projetos estiver a ser financiada através de fundos como o PRR. Estes fundos europeus têm como objetivo a recuperação económica e o aumento da resiliência social e climática pós-pandemia.

Financiar múltiplos campos de golfe com dinheiro do PRR, um recurso finito e destinado a reformas e investimentos estruturais de longo alcance, pode ser visto como um desvio de missão. O dinheiro que deveria ser canalizado para "tontices" pode ser o dinheiro que faltará para projetos verdadeiramente estruturantes e com impacto direto na qualidade de vida e na redução das desigualdades, tais como:

  • Acelerar a habitação pública e acessível: usar os fundos para resolver a crise habitacional.
  • Modernizar hospitais e centros de saúde: fortalecer o Serviço Regional de Saúde.
  • Promover a transição energética ou a digitalização da economia regional, criando empregos mais bem pagos e menos dependentes do turismo sazonal.

A Madeira necessita de um equilíbrio entre o desenvolvimento turístico e a justiça social. Colocar a construção de campos de golfe à frente das necessidades sociais urgentes levanta a crítica de que se está a financiar o luxo e o hobby de alguns, enquanto se falha no dever de tratar e proteger a população que mais precisa.

Quando é que o Diário de Notícias vai ter comentadores que representem a população?

O Diário é um panfleto de reclamações dos donos disto tudo, numa semana, dois Sousas, um reclama do Porto do Caniçal para navios maiores e teve a Chucha, o outro Sousa só pensa na boa vida de Jet7 e estrangeiros, os madeirenses estão esquecidos mas gostam.