S ÃO VICENTE, MADEIRA, No passado dia 12 de outubro de 2025, São Vicente trocou as urnas pela caverna e elegeu, com pompa e circunstância (mas sem noção), os "Talibã" Autárquicos. Não confundir com os do Afeganistão, estes são ainda piores: vestem de linho, têm conta no TikTok e acreditam que Excel é uma marca de pastilhas.
A nova era começou ao som de bombos, vuvuzelas, e cheiro a frango queimado, não do churrasco, mas da cerimónia de purificação da Câmara Municipal, liderada pela Taróloga Milú e a Bruxa Alcina, com apoio logístico da Sucateira do Zé. Pneus arderam, galinhas desmaiaram e a ASAE fugiu para o Porto Moniz.
Agora, a mulher no poder? Só se for a passar a ferro. A nova diretiva declarou, sem vergonha e com muita testosterona, que o lugar da mulher “é na cozinha, de avental e boca fechada”. Quem tentar contrariar esta filosofia será imediatamente deportado para Tarrafal ou, pior ainda, para o balcão das Finanças em hora de almoço.
Os recém-eleitos (ex-desempregados, influencers falhados e primos de terceiros) invadiram os corredores da câmara como se fosse Black Friday na secção de Ferramentas. Foram todos nomeados: o primo para Chefe de Gabinete, a tia para Chefe de Recursos Des-Humanos, o cão para Segurança Interna, e o periquito assumiu as Relações Internacionais (fala cinco línguas e assobia o hino de São Vicente).
Quem lá estava antes? Rua! Demitidos por "excesso de competência" e por usarem palavras como “transparência”, “planeamento” e “honestidade”. O novo critério é simples: quem não diz "sim senhor talibã", leva com a vassoura de urze na testa.
A Câmara vai agora implementar o modelo “CabaCity”: casas de uma divisão só (com sanita, cama e fogão no mesmo canto), todas empilhadas em pirâmide, estilo Tetris pós-soviético. O esgoto? A céu aberto, “para manter os críticos longe e o cheiro das promessas perto”, segundo o novo presidente — que já mandou bordar “Eu Mando!” nas fronhas do gabinete.
A higiene pública será “natural”: ou toma banho na ribeira ou espera pela próxima trovoada. O novo regulamento está a ser esculpido em tábuas de madeira com 10 metros de altura, visíveis desde Porto Moniz, Santana e até do continente em dias limpos.
Os ciganos, agora reabilitados em nome do "arco da inclusão interesseira", vão ser autorizados a construir o novo bairro de lata mesmo ao lado da Câmara. Chamam-lhe o "Bairro Diplomático", pois ninguém se atreve a pedir explicações.
A farmácia local já comunicou escassez de pastilhas para os rins, consequência direta das mudanças: demasiado stress, pouca água e ainda menos sanidade.
No centro desta revolução está o novo “Sheik da Serra”, o líder máximo dos Talibãs Vicentinos. Ex-candidato de tudo, ex-membro de todas as listas, e atual dono da frota municipal, que agora usa para levar os filhos à escola (em Santana), a mulher às compras (no Funchal) e o cão ao spa (no Porto Santo). Diz-se nos cafés que, com tanto carro e zero fiscalização, já é o homem mais rico da freguesia, depois do dono do talho e da senhora do café que tem o monopólio das raspadinhas.
E quem for visto a criticar? Censura já não é moda, é política oficial. Pensamento crítico? Proibido. Ironia? Crime. Memes nas redes? Motivo para exílio. Em breve, só se poderá falar bem do novo executivo, sob pena de ser promovido a varredor de rua com vassoura de palha e uniforme a condizer, agora com logótipo dos Talibã e tudo.
Enquanto isso, o presidente eleito esfrega as mãos (e o ego) e planeia o próximo passo: mudar o nome de São Vicente para "CabaCityland – República Popular Talibânica da Madeira". Um nome com swing, como ele diz.
Preparem-se: a Era da Caverna 2.0 chegou. Mas com cartaz LED, drones a filmar inaugurações e TikToks da nova vereadora a ensinar receitas medievais com hashtags como #VoltaSalazarEstásPerdoado.
Bem-vindos a São Vicente 2025. Onde tudo é novo, mas já cheira a mofo.