Usurpação de funções no SESARAM: terra do quero, posso e mando

O foco nos utentes devia ser a missão e o objectivo do SESARAM. É algo que apenas fica escrito e não é praticado porque "Palavras leva-as o vento" e o que vemos é a antítese das bonitas palavras ditas. Mais uma vez temos aqui um exemplo claro de que apesar dos órgãos de comunicação do regime anunciarem que os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) são valorizados, o que está a acontecer neste momento é uma USURPAÇÃO DE FUNÇÕES por parte de ENFERMEIROS a fazer o trabalho que em termos TÉCNICOS devia ser dos TSDTs.

O novo rastreio de um grave problema de saúde na Madeira (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) tem um clara usurpação de funções pelos enfermeiros na sua execução. Algo que devia ser feito por nós, à semelhança do que é feito nos exames realizados no Hospital, será feito por profissionais que NÃO RECEBERAM FORMAÇÃO para executar estas provas (os enfermeiros fizeram uma formaçãozinha mínima).

Esta postura demonstra 3 ideias fundamentais:

1. O SESARAM não respeita os TSDTs. Coloca pessoas sem formação a fazer as nossas funções;
2. Os utentes que realizarem estas espirometrias irão ver os seus exames serem feitos por profissionais não qualificados e sob o risco clínico de não serem detectadas situações que apenas podem ser detectadas por quem teve formação superior nesta área.
3. Há Enfermeiros a tocar viola nos Cuidados de Saúde Primários pois se eles têm disponibilidade para assumir estes exames, é sinal de que NÃO FAZIAM NADA ANTES e isso mostra uma má gestão dos recursos humanos pois haveria certamente muito trabalho no hospital em alguns internamentos ou no serviço de urgência para estes enfermeiros usurpadores de funções.

Por fim, é importante fazer notar que os sindicatos e associações profissionais estão a ser coniventes ou a dormir no que toca a este assunto. Seria importante uma manifestação pública por parte destas instituições.

Em vez dos jornais estarem a gastar dinheiro em "Polvos" que tentam ser poetas ao Domingo, seria mais útil que fizessem jornalismo sério e que investigassem os problemas que existem na saúde.