A palha noticiosa e as notícias

 

B om dia a todos. Resido em Lisboa e sou madeirense. Leio as notícias que me envolvem e sigo todas aquelas da minha terra, isso implica jornais, TV e alguns sítios da internet de gente capaz de fazer crítica, na falta de melhor. Tenho mais de uma década a residir em Lisboa o que me faz perder o bairrismo de ilhéu e assentar arraiais nos factos.

Por exemplo, absolutamente nada do que diga respeito à política me interessa, é sempre a mesma coisa, falácias, rodriguinhos, sound-bytes, arremessos, satisfação de capelinhas, preenchimento de egos, lançamento de novas fornadas ainda mais débeis de indivíduos que serão o futuro para cada vez pior.

Ontem, vendo os diversos noticiários das TV nacionais, percebi que a Madeira era NOTÍCIA pelo crime no seio familiar, por falta de actuação atempada da Justiça. Como sempre. Depois de não haver mais remédio e Justiça, actuarão em favor dos prevaricadores ou deixam omisso.

Mas isso não é tudo, a CM TV, a que mais gosta e sobrevive do crime e dos casos de polícia, fez um historial dos últimos tempos na Madeira, confesso que me atingiu. Sobretudo porque dizia respeito a um curto espaço de tempo. Sinto que a minha terra está a mudar para bem pior.

O meu pensamento é este, se promoves medíocres para segurares o poder serás engolido mais cedo ou mais tarde. O crime não tem origem na política mas no clima de impunidade que cria, até a Justiça participa na terra falsamente idílica. Os medíocres com poder julgam-se intocáveis e impunes, ditam as suas novas regras e nunca trazem gente melhor do que eles. Serão sempre cada vez piores para haver uma escadinha de medíocres melhores do que outros mas, a virtude extinguiu-se. Se não consegues dominar verdadeiramente os maus caminhos do teu povo e és mau exemplo, estás a regredir nos valores. Se o sucesso predominante é fruto do chico-espertismo, perversão das regras e instrumentalização das instituições, tudo perde a lógica de funcionamento e deixa de ser uma sociedade civilizada. Se as instituições não funcionam para haver uma falsa imagem da ilha então a droga continuará a crescer, a par dos sem abrigo e naturalmente do crime. Neste caso, instituições e Justiça não funcionaram em tempo útil.

Apesar de madeirense votei nas Autárquicas na minha zona de residência (Lisboa) mas tinha o meu candidato preferido nessa disputa titânica no Funchal. Fui dos que perdeu. Passados poucos meses ganhei consciência de que adorei perder e estar do lado perdedor. Mas por outro lado, regressando às notícias, vejo que ao acompanhar as notícias locais elas estão num mundo surreal de palha informativa e concluo que as más notícias, sempre culpa de "Lisboa", são diluídas. Eu por aqui, nos órgãos nacionais, recebo o que é verdadeiramente notícia, o crivo do que é importante no país, um âmbito muito mais lato a dar importância sobre a minha terra, e pelo que é verdadeiramente notícia. A imagem de qualquer continental e eu madeirense a residir em Lisboa é de que a Madeira é antro de corrupção e lavagem de dinheiro, cada vez mais a caminho da normalização dos crimes que não se viam na nossa terra.

Pode haver quem se sinta bem a usufruir do poder instalado e achar que se juntando terá mais futuro, acho essa opção o incremento do que alimenta a Madeira por maus caminhos disfarçadas por palha noticiosa que dilui e promove falsas vedetas. A Madeira precisa de uma nova geração de políticos e precisa, incrivelmente, fazer tudo ao contrário. As pessoas estão a desligar-se da Madeira, por saturação, não há paciência, não reconhecem idoneidade, lêem uma Madeira completamente diferente daquilo que os madeirenses lêem e que consomem se fechando num bairrismo que se descuida dos valores numa sociedade.

Vou ficar por aqui, na escrita e a residir. Na Madeira existe um disfarce noticioso que dilui a notícia e os madeirenses não estão a perceber como vão para o abismo social e económico, a pobreza vai acelerar e os crimes também.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 21 de Dezembro de 2021
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