O discurso da deputada Conceição

 

Verdade ou Mentira, eis a questão!
«Não existem doentes urgentes à espera de uma cirurgia» 

A Sra Deputada,é médica e já trabalhou no sector público, é casada com um cirurgião e sabe a verdade das listas de espera, assim, como conhece todas as mentiras sobre as mesmas. O primeiro parágrafo, começa com uma inverdade, porque sabe que existem listas activas de doentes internados, em espera, em estudo, na iminência de serem operados, na condição de urgentes. Ora os doentes em observação, numa urgência são potenciais doentes urgentes, em lista, porque existe critério e ordem para eventual cirurgia urgente, é lista e existe.

Podem existir toda a espécie de combinações para quem do SRS/RAM faz a sua clínica pública ao serviço de uma privada, que vive em estado de promiscuidade, a tal que chamam de serviços convencionados ou as tais cooperações feitas às três pancadas.

Como também sabe, na condição de médica, muitos utentes podem saltar das listas de espera programadas, desde que e de acordo, com o médico de serviço na urgência, o utente pode ser operado na condição e por admissão na urgência. Mas esta questão não é assim tão "simplex"! É uma questão complexa e que inclusive mexe com interesses de privados, os mesmos que de manhã são funcionários públicos e na tarde são empresários que vivem da mercantilização da saúde. Os que usam e abusam do sector empresarial público e o destroem como empresa, ao serviço do SRS e do cidadão.

A existência de uma figura de gestor clínico, crucial num hospital, profissional da área da administração da saúde que deverá ter responsabilidades na gestão das listas de espera e não só, é uma necessidade, porque temos outras listas, por exemplo as altas problemáticas que alimentam também outros interesses. Já falam na segurança social e privatizar lares. As tetas são muitas.

Tem razão, as listas vão sempre existir, não podem é engrossar desalmadamente. É intolerável "clientes" com décadas à espera, com prognósticos que se agravam porque também as consultas de reavaliação não são com a regularidade necessária. Precisamos da garantia de uma gestão adequada e segura de quem está numa lista de espera. Será que conhece como são geridas e avaliadas as listas de espera? Não são as listas dos consultórios privados, os tais que também furam as listas públicas, deve saber que isso acontece, com doente nas duas listas que se safam com maior rapidez, se tiver mesmo que ser operado no sector público ou insistir teimosamente, pois a condição de bom cliente abre muitos caminhos e atalhos.

As listas de espera no público enfermam do facto do utente nunca saber em que posição está, as tais que nunca são geridas por reposicionamento devido ao agravamento da situação clínica, porque a avaliação regular em consulta não acontece e, quando acontece, na maioria das vezes, é com recurso à urgência porque a situação tomou contornos graves. Nestas listas, os utentes são escolhidos pelo médico na secretaria, na véspera das intervenções, ao livre arbítrio. A seleção não obedece a critérios definidos e devidamente auditados regularmente com consequentes adaptações e melhorias.

Mas deixemos as listas, já todos sabemos que a sua existência e manutenção serve os interesses de uma medicina convencionada que, avidamente, se quer alimentar do orçamento regional. Os programas de recuperação de cirurgias, e outros acordos com a privada, têm sempre como denominador comum a resolução desta praga, que alimenta uma mercantilização miserável da saúde. Foi por isso a pergunta de um milhão, feita pela Sra. Deputada ao colega do governo, de como seria em 2022 a cooperação entre o SRS e a medicina convencionada e privada.

Não interessa resolver nenhum destes problemas relacionados com listas na saúde, pelo contrário, promover o seu agravamento com políticas do faz-de-conta que se resolve é imperativo, porque a privada vive e se alimenta dessa problemática.

Quando falou em investimentos que não fazem falta, e quando com isso justifica cortes na saúde, fica a dúvida se não será de propósito. Quer enfraquecer a qualidade dos serviços públicos, dotá-los de meios obsoletos e inadequados de modo a não incrementar a sua capacidade de resposta? Quer criar a insatisfação nos clientes e assim criar condições para um assalto ao orçamento regional na saúde, e à privatização de certos serviços? Como agora se observa essa intenção nos lares, já manifestada, pela Secretaria da Inclusão Social, parecendo existir, até um complot, para que isso se torne uma realidade?

Recentemente, o bloco operatório do SESARAM fechou e a privada ganhou um novo negócio. A cooperação que se quer na saúde com privados deve ser residual e, sem tornar o sector público refém do sector privado, como já acontece com certos serviços, como com a desactivação da lavandaria que foi um erro de palmatória.

O SESARAM deve ser o maior, o melhor e o mais bem equipado mas, também não pode ter, como diz Calado, malandros, alguns que nem lá colocam lá os pés ou até fazem de conta que fazem algum. Não é a frente mar que sofre dessa parasitagem Sr. Calado. 

Portanto, para mudar para melhor será necessário reestruturar e refundar o SRS/RAM, ao que parece caiu no esquecimento e nunca mais um deputado falou disso. O que se quer são deputados que defendam os interesses públicos e do povo, não queremos deputados a defender interesses privados e de colegas, nomeadamente como fez puxando a brasa à sua sardinha no que concerne à medicina convencionada... Dra Conceição.

Finalmente, sobre listas, é bem melhor se actualizar, porque quem deveria entregar em mão ao médico a lista dos utentes para operar esta semana, por exemplo, e falamos de doentes programados, deveria ser um programa informático sofisticado, a tal inteligência artificial que uns por aqui já começam a defender (e não se ofenda com tal proposta) pois hoje já temos cirurgia robótica.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2021
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