Os jornais na Madeira deixaram de ter capacidade critica


I nfelizmente mas previsível, os jornais na Madeira deixaram de ter capacidade crítica e de investigar até o básico oriundo do deslize e das contradições que deixam pontas por explorar, porque vai contra os interesses dos proprietários, "accionistas" do Governo Regional. O win-win, uma mão lava a outra e de todos neste confinamento de sucesso, deixa a certeza que de ora avante teremos revistas cor-de-rosa, é assim que se diz, mesmo com o "mau gosto" da cor. A Coreia do Norte tem um líder aclamado e idolatrado pelo povo, em choro e prantos sem falar no histerismo. Na Madeira não chegamos a tanto mas, para compensar, temos vários líderes a chegar ao estatuto de deus na rocha Atlântica.

A Mitologia Madeirense, berço da civilização sectária, diz que temos vários deuses. Não temos proteção ao ambiente mas temos a deusa do ambiente de intelectualidade lenta, pulula todos os dias para se fazer ver; as retomas e substituições não são novos voos mas temos o deus do turismo, comprador de elogios que não vende o destino, esse está entregue à iniciativa privada; não se tira rendimento da agricultura mas temos o deus das cooperativas e dos subsídios a quem for bonzinho; não temos mais segurança mas temos o deus de betão que faz muitos cálculos nas intempéries; não temos Saúde, por telefone, com Listas de Espera e maleitas ignoradas, há dois anos, mas temos um hábil "numerologista" dotado de meias verdades e propaganda; não temos educação mas sim a secretaria do vandalismo mas ninguém se demite; não temos economia mas temos apoios a quem abençoa a continuidade na hora das decisões; não temos pesca nem novas embarcações, apesar das quotas, mas temos um farmacêutico que droga peixes e adora; não temos Segurança Social mas sim sedes partidárias e uma xaile Vuiton a cuidar dos pobrezinhos com muita proximidade, ela é querida, pois nem uma palavra sobre as ofensas aos necessitados e desempregados; temos um finanças recauchutado que trata de meio orçamento porque já se sabe a outra metade para quem é. E o presidente, que deveria ser secretário do turismo, é o apresentador do Big Brother, pena não vestir de amarelinho.

Todos os dias revisitamos a agenda rotativa da grande governação, sempre os mesmos com expedientes, sempre os mesmos traços bajuladores ou inertes em artigos de opinião... já que não se pode dar notícias e conferir a verdade. Pela ferocidade com que se vê as publicidades das assinaturas, muitos bocejam. Gente pobre não paga inutilidades, tem outras prioridades... o governo que pague. Os jornais não vivem de propaganda de agência mas sobrevivem subsidiados pelo poder que se interessa por este estado de coisas: a pasmaceira, os fait divers e a trivialidade. Se alguém quer ensinar jornalismo pode fazer visita de estudo à Madeira para provar a antítese.

A consanguinidade acaba por matar. O mesmo produto em dois jornais mata um, o politicamente mais assessorado, porque a publicidade que existe é dos beneficiários do poder. Com dinheiro à solta, o poder não é fiscalizado pela Assembleia Regional nem pelo Jornais. Naturalmente que todo este erro é por culpa das redes sociais.

O escritor suíço Rolf Dobelli numa sala cheia de jornalistas do Guardian:

Sejamos honestos, o que vocês estão fazendo aqui, senhoras e senhores, é basicamente entretenimento. (...) Tenho muitos amigos no jornalismo e vejo a frustração. Eles estão presos em um sistema que não faz mais sentido.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 06 de Dezembro de 2021
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