N ão vou falar de política mas vou tratar os bois pelos nomes. Ontem a RTP-M foi ver a opinião das pessoas na Calheta sobre as jaulas de aquacultura. Recolheu a favor e contra, houve gente que sabia falar e outros que se dispensava.
Esta manhã comecei a ver os comentários dessa peça, alguns, como sempre, apresentam-se arrogantes como se fossem donos da ilha. A minha tristeza sobre estas manifestações é não saberem que são naturais da ilha mas esta já não lhes pertence. Os DDT (oligarcas) compram tudo e mandam em tudo, aliás é por isso que têm jaulas na Calheta. Aqueles elementos do governo são fantoches.
Não sei se já repararam, a Europa está a aquecer, as alterações climáticas já afugentam nuvens e chuva do Reino Unido, as temperaturas na Europa Central estão menos tórridas do que em Portugal mas são tórridas. Nem queiram saber as belezas naturais que esses países têm, uma Noruega por exemplo.
Ontem na peça da RTP vi estrangeiros dizerem que vinham usufruir da natureza mas há algo tão elementar e tácito que não disseram, vinham à procura de bom tempo. Deslocaram-se do seu país para viver na Madeira, aprendem a língua conforme aumenta a permanência (os miras deveriam entender isto) e passam a ser mais defensores da terra adotada, mais do que muitos cegos por jogadas políticas ou de interesse comercial/ empresarial.
A Madeira é uma Nau Sem Rumo, não planificamos para além do chapa ganha ... chapa gasta, há uns muito ricos e a maioria cada vez mais pobre. A pandemia ensinou-nos que dependemos de tudo vindo do exterior, turismo, comida, dinheiro, a nossa arrecadação de impostos é menos de metade do orçamento regional e já nos levam couro e cabelo pelo IRS para pagar a dívida que não se salda, ficamos só pelo seu serviço.
Nos comentários à peça da RTP-M sobre aquacultura na Calheta vi alguns destratarem os estrangeiros que aqui decidiram morar, do tipo "quem está mal muda-se", uma arrogância que nasce na política de superlativos ocos, porque o Povo se Acha Superior pensa que podem imitar a política e destratar toda gente para ter razão.
Vamos à arrogância. Os hoteleiros, as obras e muitos empresários mal formados também respondiam assim, pressionando pessoas a se escravizar por parcos vencimentos, porque havia outros que aceitavam, agora estão com as calças na mão e ninguém lhes aparece. A Pandemia foi um "reset" impressionante, as atitudes mudaram neste campo. As pessoas mudaram de vida nesta oportunidade para ter coragem.
Nós não podemos querer apostar em turismo e destruir a natureza com caminhos das ginjas, jaulas, betonificação da ilha. É um contra senso, mas como isto é governado por Donos Disto Tudo chegamos a essa estupidez de gente superior, e quanto mais estúpido mais fala de forma arrogante, insolente e atrevida.
Juntando tudo o que foi dito atrás, os da Europa que vêm comprar casas para morar na Madeira, por causa da natureza e do bom tempo, estão a ver os seus países a ficar atrativos com as alterações climáticas, e eles também são lindos. Se os Donos Disto Tudo andam a construir bairros de luxo de apartamentos aos milhões e depois plantam jaulas no mar, é caso para dizer que nunca vi estúpidos, vilhões, superlativos em sentido contrário como estes. São como porcos e querem tudo, mas não encaixa.
A arrogância com estrangeiros, esta política idiota de turismo e agressão da natureza tem um fim e chama-se colapso. Vem tudo de fora, o madeirense é pobre num rochedo no mar, muito mal ligado por transportes e não produz nada, depende de estrangeiros a consumir cá e de dinheiro da Europa e da República. Continuem assim arrogantes que vou ver novos hoteleiros, empreiteiros e empresários mal formados.
De facto, quem está mal muda-se, mas pela boca morre o peixe, se até o madeirense vai embora, custa menos aos estrangeiros que cá vivem.
Quinta-feira, 14 de Julho de 2022
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