Bruno Melim


L i a opinião de Bruno Melim na sua página do Facebook sobre o Marítimo (link) e como não percebi nada do que ele escreveu corrigi o texto. E não é que o texto agora ficou com muito mais sentido? Deixo que o leitor do CM julgue o que Bruno Melim quis mesmo dizer no seu texto. Não vou perder tempo a corrigir a pontuação do texto original porque senão não sairíamos daqui hoje. Aviso o leitor de que o texto é longo e dá sono mas o rapaz tem piada.

“Não é com demonstrações estéreis de poder que se recupera o PSD-Madeira.

O PSD-Madeira é uma instituição que me diz particularmente muito. Quando há eleições, procuro estar o mais próximo possível do meio que me permite acompanhar, em tempo real, os desenvolvimentos políticos. Se estiver na Madeira e as eleições forem na nossa sede, a agenda permitindo estou lá. Senão, acompanho pela televisão, ou pela internet. Pela exposição pública, bem como pelos cargos que desempenho, evito comentar a vida desta instituição. Apesar de ser militante há cerca de 5 anos, sempre com quotas pagas, evito comentar a situação do Partido porque não deve haver confusão de planos. Mas, infelizmente, atendendo aos últimos anos de instabilidade do Partido, não é a primeira vez que o faço. 

Na minha modesta opinião, a situação em que o Partido se encontra, verifica-se por quatro grandes motivos:

  1. Um projeto contra alguém e não apenas o melhor para o PSD-Madeira;
  2. Inconsequência e falta de planeamento no plano político;
  3. Presidente desadequado;
  4. Falta de projeto político enquanto partido.

1 - O primeiro ponto é muito simples. Ao fim de 46 vitórias de uma liderança, consubstanciada em 37 anos de Governo, atendendo ao mal estar que havia na população, Alberto João Jardim devia ter percebido que estava na hora de se retirar. 

Por muita amizade e estima que possa ter pelo nosso antigo Presidente, os melhores anos do projeto de afirmação do nosso Partido, sob a sua liderança, bem como a gestão por si protagonizada estava ultrapassada. Os militantes eram medianos, do ponto de vista de marketing o Partido estava ultrapassado e longe da sua nova realidade, bem como da restante política. Todavia, insistiu numa “última candidatura” que levou a que um conjunto alargado de militantes se juntassem contra o projeto que apresentava. Não interessava quem liderava, nem o que trazia. Bastava apenas ser um arauto de mudança e isso era suficiente. Sob essa perspetiva, o único a merecer uma nota positiva na nova direção é Miguel Albuquerque. O candidato para o capital humano, serenou a relação entre os sócios e o clube, regulamentou os simpatizantes, criou pontes de diálogo. Mas de resto, passou um ano. E da nova Presidência? O que melhorou, de facto passado um ano? O Marketing e a relação com os militantes. E fora isso? Foi um projeto para o melhor do PSD-Madeira ou para correr com o anterior presidente?

2 - Este segundo ponto leva a uma questão simples: o que raio andou o atual Secretariado a fazer desde 2015? Sabendo os próprios que não tinham sido eles a preparar a última época política, deviam ter acautelado as saídas que se previam. 

Não tenho nada pessoal contra nenhum dos dois, mas que provas dadas tem o José Prada e o Rui Coelho para um partido ganhador? As experiências de um deles na Assembleia Regional deixam muito a desejar. E o outro, desculpem a frontalidade, não lhe conheço trajeto algum. Pode ser incompetência minha, confesso. Mas para a recuperação da “mística do partido” vamos buscar dois nomes conhecidos da casa, mas irrelevantes no panorama da política nacional?

Ainda sobre este ponto, irrita-me a postura autoritária que o Presidente parece querer ter. “Demonstrou o seu desagrado, de forma expressiva já depois da derrota da Rubina Leal no Funchal. Esta expressão “chique” para dizer que deu uns berros aos membros da Comissão Política é uma necessidade de afirmação de liderança de quem parece estar com o Partido à deriva. De quem não é ouvido nas decisões, como aliás refere na notícia de hoje em que diz que os líderes do PSD-Madeira “só ouvem um empresário.” A primeira pessoa a quem o Presidente do PSD-Madeira deve dar uns berros era a si próprio. Afinal, o que andou a fazer desde 2015?

Só depois de perder as Autarquias do Porto Moniz e da Ponta de Sola é que se apercebeu da incompetência dos seus candidatos? Quem me garante, enquanto militante, que os líderes que tem agora referenciados são sequer decentes?

3 - Quem me conhece sabe que nunca fui defensor da nomeação do Rui Abreu. Líder fraquíssimo. Se olharmos para a sua passagem pelo PSD-Madeira, o seu saldo são 1 vitórias, 0 empates e 2 derrotas. Uma Vitória foi conseguida entre novembro 10 e janeiro de 2017. Será que em Maio ninguém tinha percebido que durante esse ano civil (2017) o PSD já tinha perdido 4 Autarquias? 

Como se isto não bastasse, se olharmos à média de votos verificamos que nessas 2 eleições o PSD fez uma média de 1,34 pontos. O que, numa conta simples, se transformarmos em 46 anos daria apenas 5 Governos. Em condições normais, essas vitórias poderiam dar a aspiração europeia do partido, caso a média se mantivesse. 

Contudo se olharmos às últimas 3 eleições, nunca 38% foram suficientes para segurar a maioria dos deputados. Além de tudo isto, Rui Abreu falhou o objetivo de fim de época. Se o Partido tivesse maioria absoluta nas últimas eleições contra o PS, teria ganho as eleições com maioria absoluta. Teria sido importante, nomeadamente, em matéria de qualificação para as Autárquicas e Europeias. 

Não será a constatação que o PSD de Miguel Albuquerque falha nas horas “h”? 

Além disso, olhando à consistência dos eleitos, vemos que 4 dos 21 deputados que mais intervieram. O Partido afastou duas das peças mais importantes (Cunha e Silva e Manuel António). E o Presidente não percebe isto? Passa de um numero de deputados de 24 deputados para 21 e não acha curto a aposta feita em políticos de valor acrescentado e créditos firmados? Faltou algum investidor? Será que não está na hora de ir embora?

4 - No fundo uma conclusão da soma das três vitórias anteriores. Não parece existir coordenação daquilo que se quer da estrutura para futuro. Com todos os defeitos, e eram muitos, João Jardim conseguiu um “main sponsor” que hoje patrocina os grandes Partidos da Madeira. Por muito Autonomista que seja e, embora defendendo que a Madeira devia ter uma primazia maior nos investimentos do que aquela que tinha anteriormente, do ponto de vista estritamente do Partido, revela incapacidade de atrair outros investidores para o projeto político apresentado. 

Continua a faltar ao PSD-Madeira uma dimensão própria dos partidos de territórios com emigração. Temos, cada vez uma menor ligação à diáspora, algo que não faz sentido numa geração cada vez mais global. Será que não há vários empresários de sucesso madeirenses pelo mundo que gostariam de ver o principal Partido Politico vingar e no estrangeiro, como os próprios fizeram na sua vida? 

Não tenho quaisquer ambições ao dirigismo político. Mas o PSD-Madeira foi parte importante na minha formação e uma instituição de referência da Madeira. Simplesmente, como militante achei que devia expressar aquilo que penso. Esperando que isso, obviamente, não ofenda ninguém.

Ninguém será mais feliz do que eu, se rapidamente tiver de escrever bem sobre todos os intervenientes aqui mencionados. E fazer “mea culpa” de tudo o que disse. Dêem-me apenas motivo para isso. 

Viva ao Alberto João Jardim.

Viva ao PSD-Madeira.” 

Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 24 de Agosto de 2022
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