O Conselho de Governo decidiu que, no próximo ano letivo, o Espanhol e o Inglês serão obrigatórios no 1º e 2º Ciclo, passando a Matemática e o Português a serem opcionais. Segundo o Governo, é uma necessidade premente a minoria dos madeirenses entenderem o espanhol, para a plena integração da comunidade venezuelana.
Apanhado de surpresa, o Secretário Regional de Educação afirmou que o objectivo será muito complicado, senão impossível, porque contratar professores nesta fase para satisfazer as necessidades de todas as escolas requererá um esforço suplementar de toda a comunidade escolar.
Miguel Albuquerque, ciente da lacuna de quadros para lecionar o espanhol, deu o exemplo e ofereceu-se como voluntário e por isso vai lecionar “espanhol” na Escola do Galeão.
Chegamos à fala com o professor Miguel Albuquerque, que nos recebeu na sala nº 2, com um ar muito feliz. Quando questionado sobre esta decisão do Governo Regional respondeu logo que “era un sueño de la infancia enseñar español a los madeirenses” e continuou confessando que “desde que era niño, ha visto tuedos los episodios de Doraemon en la televisión”.
À pergunta sobre o facto do português e a matemática passarem a ser disciplinas opcionais, Miguel Albuquerque desvalorizou a questão explicando que os madeirenses quando nascem já sabem falar português e que, além disso, o português tal como o latim é já considerada uma língua morta. No que se refere à matemática, Miguel Albuquerque desabafou que ele próprio sem saber sequer a tabuada dos cinco, chegou onde chegou e rico, o que comprova que a matemática, além de chata, não serve para nada. Aliás, reconheceu que a maioria dos Secretários Regionais apenas conhece a matemática das percentagens que é mais do que suficiente para o cargo que ocupam. Deu um exemplo, mostrando que matematicamente 10% de 20 milhões de euros é cinco milhões e terminou com a constatação de que agora, como qualquer miúdo usa telemóvel, a matemática pode ser opcional. Atrás de Miguel Albuquerque estava o assessor Mário Gouveia que não cabia em si de contente com um grande "YESSSSS", agora é que vai subir na vida.
Miguel Albuquerque concluiu que esta estratégia educativa é inovadora e visa sanar uma grande lacuna de comunicação entre a comunidade venezuelana e a madeirense, porque já que os venezuelanos não conseguem aprender português, é necessário que os madeirenses aprendam espanhol.
Infelizmente, quando o toque de entrada tocou e os alunos entraram, tivemos de sair, sem antes ouvir o professor Miguel gritar para um aluno “tranquilo y silencioso o te rompo los cuernos… coño!”
0 Comentários
Agradecemos a sua participação. Volte sempre.