Quanto mais importam votantes
menos população temos.
À medida que os concursos públicos não servem para nada, ou seja, de um grupo de pessoas não se extrai os mais bem qualificados para as funções, servindo apenas para atender as cunhas, a depreciação da qualidade da governação será cada vez mais clara, porque uma monstruosa máquina sem efeito aguarda as instruções de meia dúzia. Muitas vezes de não eleitos e que pode chegar à gravidade de colocar documentos feitos para assinar às marionetas. Os maiores beneficiários nunca terão culpas mas sim os que se venderam para apanhar com elas.
Mas isto não é um mal só da Função Pública direta, todas as entidades de alguma forma associativas servem para controlar pessoas, nas mais diversas áreas, e voltam a receber não os melhores mas os que vão seguir à risca as instruções. Assim se monta uma enorme máquina de bem dizer contra os ressabiados, leia-se injustiçados. Não pode haver inovação e arrojo, muito menos verdade.
Disto resulta uma classe de medíocres bem remunerados e outra de gente altamente qualificada que se perde debaixo dos pés dos primeiros, vai para empregos menores ou emigra. Depois da pandemia, a solução mais vulgar é a emigração, porque a nossa rotina foi alterada e houve profundas modificações no tecido empresarial. O hiato deu coragem para mudar de vida, atrapalhou o medo e o modus operandi.
Mas a história não termina aqui, com tanto medíocre endinheirado junto e tanta gente de categoria fora, uma simples boca provoca azias, fel e ódio, porque não são capazes de argumentar e muito menos de se mexer sem ordem superior. Alguns parecem uma panela de pressão que bloqueou a válvula. Os outros, maltratados no reconhecimento das suas qualidades ao menos são livres.
Quando se abate o mérito nasce a injustiça e logo depois vem o ódio, cultivo em crescendo na nossa sociedade e que nos divide. Este contínuo deturpar da selecção natural e o repisar com maldade dos medíocres, fará nascer uma sociedade de clivagens e fanatismos, onde ninguém confia em ninguém, nas instituições, na informação. A produção profissional dos medíocres é o descrédito. Passamos ao pressuposto de que tudo é mentira e assim acaba o debate de ideias, sem palco e sem atores.
É na confusão e divisão, na injustiça e na trapaça que muitos prosperam. Enquanto houver dinheiro fácil isto aguenta, quando tivermos que render por nós próprios, caímos. Nesse dia, com espertos vencedores da vida, não teremos gente para montar outro modelo e farão o sucesso de uma pequena ilha, que deveria ser fácil de governar, num outro sítio qualquer. Nesse dia, os medíocres que afastaram toda gente, assim que algum se destaque no estrangeiro, como já aconteceu, ostentarão com orgulho que "ele é dos nossos". Não é, é de quem lhes deu oportunidade para brilhar, a terra para onde emigraram.
Assim como a Justiça de fora reconheceu a razão, os empresários de fora encontrarão o mérito que por cá se despreza, em função da criação de dependentes para votar. Os vadios são do poder.
Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta-feira, 8 de Setembro de 2022
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