E os funcionários da Segurança Social?

J ulgo não ter existido, desde que conheço o Correio da Madeira, tema mais consensual do que este: não há condições para trabalhar com o atual (espero que cessante) Conselho Diretivo da Segurança Social. E se não há condições não é porque os trabalhadores da Segurança Social não faziam nada ou pouco faziam, ou andavam em cafés, mal-acostumados, como já vi escrito.

Não há condições porque não deixam os funcionários trabalhar, não deixam as chefias decidir, causam propositadamente desentendimentos, perseguem funcionários, violam a privacidade dos funcionários e dos utentes, não tomam decisões, não acatam as recomendações do Tribunal de contas, não ouvem os diretores de serviços nem os coordenadores, manipulam os concursos, apelidam os funcionários de nomes menos próprios, não dão cavaco ao Provedor da Justiça, mentem…sim, mentem descaradamente aos utentes e se fosse só aos utentes. (e esta é apenas a parte mais branda)

E quem tem de dar a cara por esta gestão? Os funcionários.

Quem atende o utente que tem um pedido pendente há meses porque não carrega informação na segurança social direta? Os funcionários.

Quem tem de explicar ao utente que a resposta que lhe era dada já não pode ser porque o atual conselho diretivo entende que quer inventar aquilo que há anos já foi inventado? Os funcionários

Quem tem de explicar ao contribuinte que ainda não tem resposta porque a sua situação está, sabe Deus até quando, pendente? Os funcionários.

Exmo. Sr. Presidente do Governo Regional, peço-lhe que venha até nós, mesmo não sendo Nosso Senhor, Pai dos Céus.

Eu não sou desempregado, não fui excluído de nenhum concurso, não abandonei o barco mesmo no meio da maior das tempestades, não fui encostado, mas sou continuadamente destratado e vejo o trabalho de anos de vida destruído.

Pior, com isso ainda lido, mas com a destruição massiva nunca antes vista de uma instituição,como a Segurança Social, que deve servir os cidadão e não outros interesses, pela inconsequente gestão de um Conselho Diretivo sem experiência nem preparação, não sei como lidar, pelo menos de forma sã.

Peço-lhe Dr. Miguel Albuquerque, que venha até nós. Venha saber a verdade. Venha falar com cada um de nós e terá a certeza e a prova do que se passou nestes três anos, da destruição, da regressão de uma instituição como a nossa.

Dr. Miguel, eu e todos os funcionários pedimos que nos oiça. Venha falar com os diretores de serviços, com chefes, coordenadores, com técnicos superiores, com assistentes técnicos, operacionais, motoristas, empregadas de limpeza. Não servimos só para ser ouvidos na altura das eleições. Não tenha medo de ouvir o que temos para lhe contar. Não tenha medo de ver o que temos para lhe mostrar.

O problema não estava (só) nos vogais. O problema está claramente numa pessoa que não tem capacidade para ser líder e muito menos de uma instituição destas, tendo colocado pessoas que lamentavelmente não tem igualmente experiência nem mesmo capacidade para ocupar os cargos em que se encontram.

Sr. Presidente, sabe quantos funcionários somos? Sabe quantas famílias ajudamos? Acha que todos temos é inveja da Presidente? inveja da “beleza” dela? Ou dos assistentes dela? Seremos milhares de frustrados, de incompetentes, de mal-agradecidos, de preguiçosos? Será um novo vírus que contagiou milhares de funcionários?

Conto consigo Sr. Presidente. Não tire ilações. Venha falar connosco ou chame-nos para falar consigo. Não temos outra forma de chegar até si. Venha falar com os funcionários e quando tomar a sua decisão pelo menos terá a consciência de que a toma com conhecimento de causa.

Não vamos esquecer este episódio, para o bem ou para o mal.

Um funcionário

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Enviado por Denúncia Anónima.

Quarta-feira, 26 de Outubro de 2022

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