L i no Madeira Opina o texto Hole in the Wall (link) sobre a obra da sala de concertos da Madeira e tenho a acrescentar o seguinte. Sendo o local em questão, a Avenida do Mar, um dos lugares mais emblemáticos da ilha e da cidade, não se compreende como é que a Secretaria Regional de Equipamentos e Infraestruturas e o Instituto de Desenvolvimento Regional não conseguiram perceber que para aquele local era necessário conceber um projeto arquitetónico em condições, e não um projeto com interiores interessantes mas com o exterior completamente desenquadrado, banal e aberrante paisagisticamente.
Infelizmente os nossos governantes estão muito atrasados em relação a muitos governos por esse mundo fora e de muitos municípios do nosso país, acredito até que os autores do projeto quisessem outra coisa e que tenham sido os próprios decisores a cortarem as pernas. A verdade é que esta seria uma oportunidade única para termos um projeto ousado que servisse de porta de entrada à cidade do Funchal e de projeção internacional, uma oportunidade para convidar um arquiteto de renome ou dar oportunidade a algum arquiteto madeirense para um projeto com outros contornos. A oposição também, mais uma vez, falha e fica muda em relação a este assunto, demonstrando uma falta de visão absoluta.
Só em termos comparativos, bastará comparar com o projeto da futura ópera do Parque das Cidades do Tejo, com o recém-construído MAAT à beira-rio, ou a Casa da Música no Porto, para vermos o que se está a fazer em termos arquitetónicos e o que nos sobra a nós. Ou, lá fora, à sala de concertos de Tenerife, ao Guggenheim em Bilbao ou à sala de concertos de Valência, todos projetos da nossa vizinha Espanha.
Peço aos responsáveis da Secretaria Regional de Equipamentos e Infraestruturas e do Instituto de Desenvolvimento Regional que reconsiderem o projeto antes que se construa uma mancha no nosso emblemático anfiteatro, à CMF e as às associações da cultura que se pronunciem como devem e à oposição (deputados na ALR, vereadores da oposição na CMF, etc.) que puxe este assunto para cima da mesa de debate público.
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