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| Para um debate sério e eclético, sobre ambiente sem política, deve-se moderar instintos sabotadores. |
Em virtude de estar ligado ao turismo da natureza, de passar boa parte dos meus dias em atividades ao ar livre, tudo aquilo que esteja envolvido com a proteção da natureza e dos recursos naturais, desperta-me muito interesse. Já participei em manifestações, colóquios e congressos, não só por causa dos motivos óbvios que deveriam preocupar todos os cidadãos, mas também por motivos profissionais.
Um colega meu alertou-me para um evento, sobre o tema do ambiente, que decorreu ontem em Santa Cruz, concelho onde resido há 51 anos e como tal a minha curiosidade foi redobrada. Nas Jornadas JM que contaram com a presença da Secretária do Ambiente, Susana Prada, Vítor Prior, o presidente Felipe Sousa, e muita gente ligada à área do ambiente, algumas das quais conheço pessoalmente, havia muitos motivos para me sentar em frente ao computador e ver o debate, que acabou por ser demasiado longo.
Portanto tudo fazia prever que seria um debate interessante de seguir, principalmente para perceber e debater os problemas que a região atravessa nesta área. O que eu não esperava era que fossem dois deputados do PSD Madeira, para um debate sobre Ambiente, fazer politiquice sobre a Câmara Municipal de Santa Cruz. Que vergonha!
Brício Araújo e Rafael Carvalho, deputados do PSD, que nada percebem de ambiente, foram para Santa Cruz fazer um exercício de despudorada propaganda política que acabou por manchar o evento.
Se Rafael Carvalho se deu ao ridículo de trazer umas fotocópias de umas fotos de jardins por arranjar para apontar o dedo à CM de Santa Cruz, Brício Araújo vestiu o papel de demagogo-mor, para fazer das Jornadas JM um exercício de aproveitamento político. Senti-me revoltado não só pelo desconforto dos presentes, mas essencialmente pela falta de vergonha deste deputado que pretende ser o presidente da Câmara do concelho onde resido. Revolta por este senhor mentir e apontar o dedo ao atual executivo da Câmara de Santa Cruz numa área da qual não pesca nada.
Mas que falta de memória! Será que o PSD já se esqueceu da forma como deixaram Santa Cruz? Câmara arruinada, com mais de 40 milhões de euros de dívidas, suspeitas de corrupção e um presidente da Câmara detido e condenado pela Justiça. Quem não se recorda que em Santa Cruz a recolha de lixo era feita por apenas um camião? E os problemas da ETAR do Caniço de Baixo, obra promovida pelo Governo Regional que só deu problemas. Esta é a herança que PSD deixou à população de Santa Cruz, um rastro de destruição que levou muitos anos a endireitar. Repito, mas que falta de vergonha!
A verdade que este PSD tem sido um desastre em termos ambientais, das Ginjas ao teleférico do Curral, da exploração de inertes a levadas em avançado estado de degradação, a política ambiental do PSD tem sido um pesadelo para o nosso ambiente.
Mas de volta ao debate, nem tudo foi mau, foi bom rever Savino Correia, Gil Canha, e as excelentes intervenções de Sílvia Silva e Rafael Nunes, deputados com conhecimento de causa que deixaram Susana Prada visivelmente incomodada. Há cada vez mais gente disposta a lutar pelo nosso património natural e as autarquias têm sido mais responsáveis e pro-ativas do que o próprio Governo Regional em políticas ambientais.
E o pior? Se tivermos em consideração o calibre destes doutorados em falta de vergonha que vestem as vestes do culto PSD, não agoiro bons ventos para o futuro da minha querida ilha da Madeira.
Enviado por Denúncia Anónima.
Sábado, 12 de Novembro de 2022
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