MEDIARAM para que te quero?!


Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Tudo o resto é publicidade.

C ontrolar os meios de Comunicação Social é a ambição última de quem quer governar sem ser importunado com notícias que não coincidam com a sua narrativa. A situação de concentração nos meios de comunicação social regionais é uma evidência alicerçada na estrutura societária dos principais meios de comunicação social regionais. Grupo Sousa, Afavias e Jaime Ramos, estas entidades concentram a maioria do capital social quer do DN, quer do JM, os dois principais jornais da Região. Como poderão constar os leitores destes matutinos, a narrativa destes meios de comunicação social, se em tempos idos, “davam uma no cravo, outra na ferradura”, nos tempos que correm é sempre no cravo que dão as pancadas. 

A espuma dos dias é a agenda dos media regionais. O jornalismo regional simplesmente deixou de questionar, todo e qualquer assunto que não corresponda aos interesses da estrutura acionista. Se for para tecer loas aos patrões as peças aparecem, assinadas e tudo, verdadeiras publireportagens assinadas por jornalistas encartados. Como dizia o outro “É a vida, façam as contas…”

Para “ajudar à festa”, o Governo Regional criou através do Decreto Legislativo Regional n.º 39/2016 o MEDIARAM, Programa Regional de Apoios à Comunicação Social Privada. Na prática e salvaguardando as boas intenções do programa (o Inferno está cheio delas), traduz-se numa pipa de massa para JM e DN, na ordem dos 300 mil euros por ano para cada um. Com este dinheiro pagam-se ordenados de mais de 4 mil euros a diretores e administradores para que o “filtro financeiro” coe tudo o que seja inoportuno. Ou pensavam que este dinheiro era para apoiar o jornalismo isento e independente?

Como dizia George Orwell na obra “O triunfo dos Porcos”, “somos todos iguais, mas há uns que são mais iguais que os outros”. E estamos mesmo no reino dos porcos, daqueles que chafurdam tudo, para encontrar aquela trufa que lhes saciará temporariamente o apetite. Tal como os porcos, esta elite governante tudo chafurda, tudo destrói à sua passagem. O paraíso anunciado nos media regionais é o resultado desta distribuição de dinheiro. A publicidade paga pelo MEDIARAM, envolve numa aura de felicidade os mais de 80 mil madeirenses em risco de pobreza, onde os indicadores sociais regionais contam uma realidade diferente da propaganda do regime. Está tudo controlado…

OBRIGAÇÃO DE REPORTE: As entidades beneficiárias dos apoios reportaram, através de relatório, os termos e os níveis de execução dos apoios, conforme determinado no artigo 13.o do Decreto Legislativo Regional n.o 39/2016/M, de 18 de agosto e artigo 19.o da Portaria n.o 451/2016, de 21 de outubro:

O reporte consiste na prova de boa notícia?


Fala-se muito do lamaçal da passagem do Jornal da Madeira para o JM, situação sobejamente conhecida e reconhecida como autoria de Sérgio Marques, aqui sabe-se a génese, na altura, o democrata bem falante, recusou alterações no MEDIARAM. Foi de encomenda? Vamos vendo as consequências. Custa um bocado ver o seu moralismo, porque não foi assim sempre?


Avança o relatório de 2020, último que se conhece neste momento 17-1-2023 (link), não houve em 2021 e 2022. Acaso o conhecimento público do MEDIARAM, com clara influência na produção da imprensa, começou a dar muito nas vistas e começaram a ocultar as transferências à imprensa? Um dia quero ver o de 2023, mas primeiro saber se é tudo verdade e depois saber os montantes. Assim vai o quarto poder. Mas, e se ao MEDIARAM juntarmos a RAMEVENTOS (link), não é o fim da macacada?

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023
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