Não há campos de golfe exemplares na gestão da água, nem por semântica.

 

Temos negacionistas ou gente de não querem desenvolvimento na Madeira? Não. As pessoas estão mais formadas e informadas, simplesmente o modelo que temos e que existe há 46 anos esgotou-se, no entanto, quem está habituado a enriquecer à sombra do erário público quer continuar. Sabemos que este modelo produz pobres, emigrantes e afeta a demografia que também vai falir na Madeira. Faltarão madeirenses mas outros obscurantistas de dinheiro fácil ocuparão o lugar, nós elegemos um Governo Regional para uma "limpeza étnica" em suaves prestações? Os mais dotados partem para o mundo, não têm futuro nesta Madeira dos baixos salários e que odeia massa cinzenta apesar de pintada de vanguarda. Ficam os que não têm oportunidades a definhar na demografia. Na Madeira não se quer seres pensantes mas obedientes e dependentes. Por isso a comunicação social é propriedade dos que vivem à sombra do erário público e que enviam a boa mensagem. Ainda assim, dos que cá ficam a zelar por maiorias absolutas, ainda restam manchas civilizadas, democráticas e pensantes, para defender outros caminhos, se nos deixarem falar. Por isso é de agradecer ao CM. Vamos aos meus reparos.

Campo de Golfe, cultura intensiva de relva.
Não há gota a gota na relva ...

O nosso Diário de Notícias no que se tornou, jornal político e de defesa dos negócios dos seus proprietários através da mentalização dos madeirenses. O DN-M é aquela "corneta comunista" que brada repetitivamente a doutrina e a ideologia. É a enésima vez que vão buscar este assunto, do campo de golfe sustentável, por entre toda a comunicação social do poder. Com os elementos que fintam o pensamento, como fornecer água para regantes de uma propriedade privada com obras custeadas pelo Governo Regional porque eles não são rentáveis na Madeira sem todos nós pagarmos através de vários estratagemas do GR. Este assunto já desafia a hegemonia do Calado ...

A notícia do campo de golfe do Santo vem sendo requentada desde 2021, com certeza para potenciar o outro da Ponta do Pargo e apagar a imagem do campo do Porto Santo. O assunto até deixou cenas tristes em 2021 e existe contraditório porque foi permitido escrever de outra maneira sobre o assunto num site livre:

Ao ver a reportagem na RTP Madeira (Notícias do Atlântico 19h RTP-M 17-7-2021) sobre a poupança de água em 66%, com o novo sistema de rega do Campo de Golf do Santo da Serra, fiz umas contas Sra. Prada. Ora, o campo precisa diariamente de 2200m3 de água de rega, diz que estão a ser ampliadas as lagoas que farão a captação das águas das chuvas, e como você indicou na planta das 3 lagoas, uma de 8.500m3 outra de 3500m3 e a ultima de 4.500m3, somando as 3 dá 16.500m3. Dividindo pelo volume diário de água rega que o campo precisa, dá um módico resultado de sete dias e meio de reserva de água, atendendo que temos muitos meses sem chuva, especialmente nos meses de Verão. Meses esses, de grande importância para a agricultura, como pode afirmar que vai ajudar 300 agricultores na zona de Santa Cruz? Quem vê a reportagem, até parece que a poupança de 66% é durante todo o ano, e o jornalista não faz o seu trabalho de levantar estas questões? (link)

O campo de golfe vai fornecer aos agricultores? E as lagoas do governo? Sequinhas? Do campo de Golfe do Santo da Serra a Secretária Vagarosa Prada não tem linha de vista para um relevo que esconde outra lagoa mal sucedida do GR? Investiu num privado e abandonou o público? Para promover campos de golfe ... a secretária do ambiente?

Lagoa do Santo da Serra, em frente ao campo de golfe, antes e depois.

Quanto aos campos de golfe ...

Apesar de ser um desporto sem um campo normalizado, um campo de golfe tem entre 9 ou 18 buracos, com distâncias diferentes entre si e que tem na deslocação entre buracos entre 5.500 e os 6.500 metros de comprimento. Normalmente o golfe é jogado em campos de relva, o que coloca o atleta em contacto com uma natureza sustentada artificialmente para que se apresente bem. Todos nós sabemos que a relva vive de água, dependendo das espécies, mais umas do que outras.

Eu vou dar a minha definição, é um lugar em que se privatizam áreas nobres que deveriam estar ao dispor de todos e que por mais que rezem a ladainha, ao verem a extensão, compreendem que consome água e tem que chegar à raiz num solo com boa drenagem. Usam fertilizantes para manter o relvado sempre verde e, se você tem um em casa, sabe o que custa. Tal como as jaulas de douradas concentram um depósito de porcaria e medicamentos no fundo e na água, em que você depois se banha, as escorrências da água dos campos de golfe geram o que se designa por eutroficação das águas. Potenciam o crescimento rápido e intenso de espécies vegetais aquáticas que extraem o oxigénio, o que provoca cheiros e sabores desagradáveis, tornando as águas impróprias para beber como também para outros fins. Alguém lhe contou isto? A professora Prada evitou de dizer?

Dos 3 macronutrientes mais presentes nos adubos para a relva, a tendência é de abusar no azoto porque produz a aparência fantástica que se quer num "green", o reverso da medalha é o facto de ser aquele que melhor se espalha pelos solos, por essa razão é o que mais depressa afeta a qualidade dos aquíferos subterrâneos. A conversa do azoto perde validade se optarem pela relva creme existiu no Porto Santo.

Digam-me, fala-se tanto na biodiversidade, limpar terrenos para o campo de golfe não é como uma monocultura de óleo de palma na Indonésia? Vai ficar cheio de abelhinhas, polinização e mel para a poncha, não é verdade? Para servir a monocultura do Turismo? E a monocultura das imobiliárias! Não se esqueçam de que um campo de golfe encarece o imobiliário, era justamente isto que queria ouvir, mais Madeira para os estrangeiros e nós emigramos. O campo de golfe volta a gerar emprego de baixos rendimentos, o madeirense nunca se emancipa com os inimigos internos.

Este é um artigo para "sustentar os campos de golfe sustentáveis" dos que mandam na Madeira. Com o fiasco que está a ser a barragem do Pico da Urze na produção de energia, e outra vez com água lá por baixo, já estou a ver que a infraestrutura vai servir para regar o campo de golfe da Ponta do Pargo, e assim, a obra de 68 milhões para produzir energia afinal estará ao serviço do imobiliário, no mesmo interesse daquele que construiu a barragem do Pico da Urze e da Lagoa do Santo da Serra.

Não creio que as pessoas sejam contra o desenvolvimento da Madeira, o problema é que o povo tem mais cultura e os governantes cada vez mais bestas a investir o dinheiro público no seu interesse e dos seus amigos.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sábado, 7 de Janeiro de 2023
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