A ntigamente quando perguntavam a uma criança o que queria ser quando fosse grande, a maioria queria ser médico, engenheiro ou advogado e apenas os mais afoitos queriam ser pilotos de aviões. O tempo passou e as gerações evoluíram com a tecnologia da internet e, no início do seculo XXI, a maioria das crianças queria ser “Youtuber” ou “influencer”, porque eram profissões de destaque onde se ganhava muito dinheiro sem se cansar ou fazer nada de produtivo.
Na verdade, para ser “Youtuber” ou “influencer” basta ter uma câmara, ser bem-parecido, fingir-se de rico, tirar umas selfies de uma boa vida junto a um Ferrari, publicar nas redes sociais para provocar a inveja e a cobiça dos inúmeros anónimos que passam horas a pastar na internet.
A leste do paraíso continuam as gerações de jovens ingénuos que perdem tempo a estudar para depois conseguirem - a custo e com sorte - um primeiro emprego que lhes vai dar um pouco mais de 1000 euros mensais.
Quer se goste ou não, o Instagram está cheio de vedetas que são seguidas por milhões de retardados, que os alimentam com as suas visualizações e cliques. Em média, uma publicação no Instagram de um famoso português rende facilmente os mil euros por publicação, valor ainda muito longe dos mais de 900 mil euros que Cristiano Ronaldo recebe por cada publicação no Twitter. Sinceramente, quantos dos 82.7 milhões de seguidores do Ronaldo vão ler todos os seus Tweets?
Mas nem a política escapa ao embuste do marketing das redes sociais. Hoje as páginas dos políticos são geridas por especialistas em marketing. Tudo é calculado ao milímetro para promover o melhor e esconder o pior. Os menos distraídos já repararam de certeza no aparecimento de páginas “inocentes” com o nome “Madeira” que, mais perto das eleições, vão se tornar veículos de propaganda explícita de pessoas e partidos políticos. Nesta fase as páginas preocupam-se em obter o máximo de seguidores com publicações inócuas com acontecimentos banais, mas depois vamos ver todos no que vai dar. E, para que conste, já perdi a conta ao número de vezes em que fui convidado para aderir a esta ou aquela página inocente.
Um dia destes, no Instagram, entre um anúncio de lingerie feminina e um vídeo parvo, dei com um anúncio caricato de um produto de uma empresa madeirense e questionei-me porque é que o mesmo anuncio não surgiu nos jornais que por cá se publicam? Será porque já ninguém lê jornais? Ou será que a empresa julga que, nos tempos que correm, o produto vende-se melhor nas redes sociais? Parece que todos se esquecem de que a publicidade nas redes sociais é tão intensa e confusa que a mensagem perde-se e não atinge nenhum dos objetivos. E isto, meus caros, é válido também para a política!
Não tenho dúvidas de que estamos no meio de uma burla de marketing, não me lembro de ter mudado a minha intenção de voto ou mesmo ter comprado nada promovido por nenhuma Vedeta ou “Influencer” no Instagram, Facebook ou Twitter.
Os que duvidam desta opinião, questionem-se porque é que estranhamente até a poderosa Google começa a publicitar-se nas TVs. Será que está a perder terreno?
Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2023
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