Só agora pude trazer o relato do aniversário de Jardim, acordamos tipo os atores no filme "A Ressaca" sem compreender o que sucedeu no dia antes, das averiguações realizadas percebi que era a mais séria dos oito, porque tive de sair à pressa porque um cliente de um clube desportivo estava interessado no único olho que tenho.
Foi mais ou menos assim...
M uitos não se aperceberam, mas João Jardim fez 80 anos e organizou uma festa reservada apenas aos amigos mais próximos. Envolto no maior secretismo, tipo ganhos de obras inventadas, apenas alguns tiveram a oportunidade de privar com o aniversariante porque os “pata rapadas” não entram nas festas de Jardim. Miguel Albuquerque e os jornalistas idóneos do Correio da Madeira foram dos poucos privilegiados a serem convidados porque todos sabemos que é bom ter os amigos por perto e os inimigos por mais perto ainda.
Não são todos os dias que se faz oitenta anos, por esta razão a festa foi organizada por uma empresa de eventos da ilustre Secretária Regional da Inclusão Social, que já mostrou ser muito competente em festas da terceira idade.
Surpreendidos pelo convite, os oito jornalistas idóneos do CM montaram nas trotinetas elétricas, desceram a Rua do Til e dirigiram-se ao local da festa, uma famosa casa de diversão noturna na zona velha, onde os únicos ruídos que se ouvem são os gritos de prazer das residentes.
Chegados ao local, depois de revistados e apalpados pelo porteiro gay, subiram as escadas. No interior, o ambiente era de luxúria e álcool, cheio de meninas parcamente vestidas de lingerie negra comprada na feira do Santo da Serra.
No escuro, enquanto nas colunas se ouvia a “garagem da vizinha” do Quim Barreiros, as meninas passeavam as ancas libertando o cheiro do perfume rasca “Hot Flowers”, excitando todos os presentes.
Miguel Albuquerque não estava muito ambientado porque a única loura que viu foi o porteiro e, visivelmente enfadado, perguntou a Jardim se na cozinha não havia “Harina Pan”. Surpreendido Jardim respondeu que “Harina Pan” havia mas que não tinha Atum para acompanhar.
Para não ficarem mal vistos, os jornalistas idóneos ofereceram a Jardim “O Capital” de Karl Marx, um livro que compraram a custo com o subsídio de refeição. Jardim entusiasmado pelo presente e pela presença dos únicos jornalistas independentes da Madeira, confessou que divertia-se muito com os textos do CM e acrescentou que, quando pediu ao Avelino para comprar os jornalistas, estava-se a referir ao CM e não ao Diário.
Surpreendido pela oferta dos jornalistas, Miguel Albuquerque não fez por menos e ofereceu-lhe um computador portátil da Dell para que Jardim continue a escrever no seu divertido blog por muitos mais anos.
Entretanto uma das meninas presentes aproximou-se do aniversariante e perguntou se ele não queria um “blowjob”, ao que Jardim respondeu que já era reformado e que agora o seu único “job” era “pôr o Miguel a andar do Partido”.
Feliz cumpleaños!
Nota: esta manhã recebemos um telefonema da casa de diversão noturna a perguntar de quem era a assinatura do cheque que pagou a conta, não devem ter lido o artigo do DN de Lisboa.