O Citizen Kane Sousa


(Big Brother is watching you)

O controle da informação é o desiderato de todos aqueles que anseiam por um poder totalitário, conduzindo a sociedade a uma narrativa única e manipulada para melhor conter toda e qualquer contestação ao “status quo” instituído.

Aquele que é considerado por muitos como o melhor filme jamais feito, Citizen Kane de Orson Wells, segue a trajetória de um multimilionário da imprensa americana que através dos jornais que detinha, construiu um poder totalitário. O filme acaba com o personagem na agonia da morte a recordar um episódio da infância, altura em que foi verdadeiramente feliz. Rosebud, Rosebud…

Na obra literária de George Worwell, “1984”, o escritor previa uma sociedade controlada por uma figura omnipresente na vida dos cidadãos, que ficou designada para a posteridade como o “Big Brother”, o irmão mais velho, uma forma condescendente de controlo em que o “irmão mais velho” aponta o caminho da bem-aventurança, da prossecução do bem comum, numa sociedade perfeita onde cada cidadão sabe o lugar que ocupa e não há lugar a desvios. Nesta distopia todos são felizes, ou ao menos conformados com a sua sorte, todos adoram o irmão mais velho. Não ousem é contrariá-lo! Felizes para sempre… mas com respeitinho.

A peça que ilustra este texto (JM 15 de fevereiro de 2020), à sua dimensão, apresenta-nos “o irmão mais velho” da Região, de seu nome Luís Miguel Sousa. Ele, o Avelino e o Jaime Ramos são os “tycoons” da comunicação social madeirense, controlando a imprensa escrita as rádios e até a TV. Objetivo desta gente? Informar com objetividade a população madeirense! Acreditaram nesta afirmação? Devem de ter lido muitos textos de opinião do “cardeal Ricardo Oliveira”, uma espécie de Richelieu da informação, uma eminência parda deste bafiento e corrupto regime. Sob a capa de jornalista integro e inflexível na procura da verdade jornalística, este é o ponta de lança de Luís Miguel Sousa no controle da informação no que ao DN se refere, criando a narrativa de que tudo está bem nesta Região, nunca questionando as opções governativas e a crescente influência do poder económico na tomada de decisões do poder político. As peças jornalísticas sucedem-se, falando do benemérito Sousa que ajuda os mais necessitados, e faz questão de o publicitar, entremeadas com as notícias sobre os múltiplos negócios do empresário/patrão desde o transporte marítimo de carga e da aquisição de embarcações modernas com mais de 10 anos, a borla dos portos, que tanto ajudam os madeirenses e o seu custo de vida, à Comunicação Social. Um pouco de ironia nunca fez mal a ninguém.

Perspicaz, Luís Miguel de Sousa, cedo compreendeu que lhe faltava um dos pilares da sociedade. Controlado o poder Legislativo, o Executivo e o Judicial, faltava apenas uma “perna” para que a “mesa do poder” ficasse estável e segura. A quarta pata é a Comunicação Social, o quarto poder. E aí está ele, com o domínio completo da sociedade, enquanto Estado Democrático, com laivos de totalitarismo. O poder legislativo está no bolso, basta ver as ligações, quer dos partidos do Governo, quer do principal partido da oposição o Partido Socialista que tem como líder, Sérgio Gonçalves, o homem de mão de quem? Um docinho para quem adivinhar! Construir a narrativa do poder é uma tarefa que se exerce de cima para baixo. A concentração económica atua como uma “espada de Damocles” que paira sobre a cabeça dos jornalistas que, condicionados, seguem o caminho penoso da autocensura. Assim se entende o silêncio (não dos inocentes), do jornalismo regional quando o assunto toca os DDT. É melhor ficar quietinho porque há contas para pagar…

Fico-me por aqui que o tema já vai longo e… olha, Rosebud para ti, Sousa!

Ser obediente pelo medo, quebrar o espírito para adquirir a burrice protectora (crime-interrupção).

Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta-feira, 2 de Fevereiro de 2023
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