Os técnicos supostamente especialistas


O s gabinetes dos membros do Governo Regional estão inçados de técnicos especialistas. São personagens que não precisam de ter qualquer habilitação de base (em teoria, até podem ser analfabetos e alguns, quando trazidos à conversa, parecem-no ser efetivamente). Supostamente, deveriam ser especialistas numa qualquer temática, sendo que por especialista, qualquer pessoa comum julgaria estar perante um indivíduo extremamente capacitado ou com profundos conhecimentos numa área, supõe-se que enquadrada no domínio das atribuições do membro do governo em causa.

Vamos a ver os currículos desavergonhadamente publicados e  saltam canalizadores, rececionistas de alojamentos hoteleiros, recém licenciados e outra gente que nem sequer apresenta ocupação profissional relevante. Raramente se encontra uma especialização técnica em qualquer área que justifique a nomeação. Rapidamente se conclui que se trata de um estratagema para nomear, com sinecuras, uns “boys” e “girls” do aparelho partidário que, doutro modo, por completa ausência de qualificações académicas ou profissionais, nunca chegariam a qualquer posição de relevo no aparelho governativo ou receberiam salário superior ao do contínuo recém ingressado (com todo o respeito devido pelos contínuos).

Não obstante as suspeitas circunstâncias que rodearam a sua nomeação, esses senhoritos e senhoritas, alcandorados a lugares que, por mérito próprio, nunca lhes pertenceriam, desatam a cagar lérias e sentenças sobre tudo e mais qualquer coisa, amedrontando os funcionários e técnicos que tentam fazer honestamente o seu trabalho. O argumento supremo, à falta de qualquer demonstração de cabimento ou mera razoabilidade, é o de “ir falar com o Miguel”, deixando supor que uma relação privilegiada, efetiva ou meramente suposta, com o presidente do Governo lhes permite fazer tudo o que querem e entendem.

São estes técnicos supostamente especialistas que, a par de gente nomeada que, sem ter competência demonstrada para sê-lo, infesta os quadros dirigentes da administração pública regional, envenena o quotidiano dos funcionários públicos que tentam dar o seu melhor pela boa administração dos dinheiros públicos e desvia a governação da Madeira dos caminhos que deveriam levar ao progresso e bem-estar dos madeirenses.

João Fernandes

Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta-feira, 2 de Fevereiro de 2023
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