A hipocrisia da Universidade da Madeira. Queixas para quê?


O Diário de Notícias da Madeira, na sua edição de hoje, pág. 3, publica uma notícia sobre o portal do denunciante da Universidade da Madeira, referindo não haver queixas. Mas, pergunto eu, quem será o ingénuo que vai fazer queixas na UMa? Se entrarem queixas, ou são abafadas ou se viram contra os queixosos. Ninguém é tolo, porque o anonimato no sistema informático da UMa simplesmente não existe.

Para os leitores terem uma ideia do que se passa, todos os que têm correio eletrónico da UMa sabem perfeitamente que a sua correspondência pode ser violada. Aquele correio não é seguro. Já houve um elemento da Reitoria que se gabou publicamente, numa reunião, de conhecer todas as senhas de acesso.

No entanto, o pior é a experiência do passado recente. Um trabalhador da UMa (não importa a categoria), usando do direito que a Lei lhe confere, faz uma exposição à Reitoria, relatando situações que considera graves e lesivas para si próprio. De seguida, a exposição é analisada, dela dão conhecimento ao visado, para exercer o contraditório. O visado nega tudo e protege-se com os testemunhos falsos dos “padrinhos”.  O assunto não tem seguimento. É arquivado, sem ser devidamente apreciado, ponto por ponto, sem qualquer fundamentação. Conclusão: o tal trabalhador foi injustamente preterido. O mais interessante vem a seguir. O prevaricador, como teve acesso à denúncia, feita nos termos da Lei, repito, requer ao Reitor um processo disciplinar sobre quem ousou denunciá-lo e com base no que foi escrito na dita exposição, feita nos termos da Lei, volto a repetir. Logo o Reitor, depois de ouvir uma dita comissão disciplinar, ou melhor, comissão de fantoches, entrega o processo a um advogado, RS, muito bem pago pela UMa (e dizem que não têm dinheiro!), para instaurar o processo. Este advogado, armado em juiz salazarista, escreve centenas de páginas persecutórias e vê crimes debaixo da soleira, no orifício da fechadura, nas telhas corridas do Colégio dos Jesuítas e até dentro das sanitas. Armado da sua toga e da sua argumentação bacoca, propõe penas elevadíssimas para o trabalhador, que mais não fez do que usar o direito consignado na Lei, ao se pronunciar sobre uma decisão que lhe dizia respeito e que o prejudicava, tudo isto sem sequer o ouvir ou as suas testemunhas. 

Tudo isto é público e corre na Academia. Sabem professores, sabem funcionários, sabem também muitos alunos, os que não permanecem alheios à vida académica. Perante este ambiente persecutório, impróprio de uma Universidade, quem é que vai, mesmo sob anonimato, apresentar uma queixa?

Ninguém é ingénuo até esse ponto, sabendo que ali não há anonimato e que depois ainda lhe farão um processo por difamação.

São sobejamente conhecidas as situações de assédio na UMa, não digo assédio sexual porque isso não sei, mas de assédio laboral. Situações indignas que muitos conhecem e que são constantemente abafadas, embora menos pelo atual Reitor, mas sobretudo pelo anterior, que tem muitas culpas no cartório sobre o mau ambiente que criou e ainda se vive, com processos disciplinares a torto e a direito. Se houvesse decência e justiça, esse senhor já estaria na aposentação compulsiva. 

Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta feira, 09 de Março de 2023
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