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A grande catástrofe da Madeira é ver os eleitos ao serviço das obras e da especulação imobiliária. Será que quem paga (a mais) por uma nacionalidade não acaba premiando quem luta ferozmente para que os vistos Gold prossigam, enquanto o madeirense empobrece e o dinheiro não chega para viver nem onde viver? Estão a expulsar os madeirenses da sua terra e a tornar a Madeira num antro que, já era de corrupção e agora sabe-se lá que gente e que dinheiro metem aqui. Pouco importa até o dia que se descubra.
Vou copiar excertos de um artigo do Financial Times (link) traduzidos, é de agosto de 2021, já havia aflição com o fim dos Vistos Gold para quem enriqueceu, não a vender casas mas a nacionalidade portuguesa, oxalá que o nosso passaporte, dos melhores do mundo, um dia não comece a levar "cortes". Parece que o concelho da Calheta está a ser assaltado (link), tinha que ser esse concelho. Vai ser um imenso campo de golfe, o Fino que se prepare para mais viagens promocionais, está lá para isso.
(...) Avaliamos os esquemas de vistos de outros países, mas escolhemos o de Portugal porque permite a conversão [à cidadania] depois de apenas cinco anos passando uma semana por ano no país”, diz Hamilton. Isso é mais administrável do que o requisito de 10 anos para se qualificar para a cidadania na Espanha ou sete anos na Grécia. (...)
(...) Desde janeiro, o visto gold também se tornou uma forma de os britânicos aproveitarem mais de 90 dias em cada 180 no espaço Schengen permitidos após o Brexit. Grace, que prefere não revelar seu nome completo, do oeste de Londres, diz que pagará “muitos milhares” de libras para obter essa liberdade para sua família de seis pessoas. (...)
(...) Ela e o marido estão a construir uma propriedade de quatro quartos no topo de uma falésia na Madeira, através da empresa Bespoke Villas. “Temos um chalé de esqui na França e queremos poder passar tempo ilimitado em ambas as casas”, diz ela. (...)
(...) “Os vistos de ouro são um programa insano porque obviamente são canais para importar o crime organizado para a União Europeia”, diz a política portuguesa e ex-deputada Ana Gomes. “É a venda da cidadania a prestações”. (...)
(...) O problema é que existe um conflito de interesses com quem se espera que faça a devida diligência sobre os investidores que também são comissionados, diz Susana Coroado, presidente da Transparency International Portugal, uma organização anticorrupção. “O esquema de vistos gold de Portugal tornou-se uma combinação explosiva de interesses imobiliários com interesses de escritórios de advocacia, falta de vontade política e falta de recursos das autoridades”, diz ela. (...)
(...) “Escritórios de advocacia especializados no visto gold frequentemente vendem o pacote completo: fazem convênios com imobiliárias, cuidam da burocracia do visto e das isenções fiscais. O SEF admite que não controla a origem dos fundos”. (...)
(...) “Os preços costumam ser inflados [para atingir o limite de € 500.000] para que os compradores acabem pagando demais por eles”, diz ela. “Já vi projetos de apartamentos de um ou dois quartos que avaliariam entre € 400.000 e € 420.000, não € 500.000”. (...)
(...) O visto gold português está disponível através de oito tipos diferentes de investimento, mas a opção de aquisição de imóveis (ARI) foi utilizada para 9.265 dos 9.875 vistos concedidos até julho de 2021, segundo o SEF. Foram concedidas 16.762 autorizações de residência a familiares. Os investidores devem passar sete dias em Portugal no primeiro ano e 14 dias em cada um dos biénios seguintes. (...)
Não é natural que este desmame enfureça obreiros, eleitos fingidores, lucradores? Todos eles!
Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta feira, 5 de Maio de 2023
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