A solução de mudar os limites do vento no nosso aeroporto, começa a parecer algo do género concursos à medida no GR. A lei e a regra quando não convém muda-se. Assim se constroem "favelas" regradas pelo interesse de alguns, como as construtoras sobre o orçamento regional. Os ventos no nosso aeroporto e o GR parecem a CMF e a suspensão do PDM por causa da Praia Formosa. Estes governantes são exímios nisso mas tem custos. Eu confio mais nos antigos do que nas gentes de agora, mesmo com mais tecnologia, a razão chama-se política. O verdadeiro engenheiro da Madeira Nova foi Alberto João, porque os estudos eram metidos na gaveta quando não lhe eram convenientes, porque tinha um orçamento e porque queria contentar para ter votos. Muita decisão foi "a olho" ... "vai-se cortar por aqui". Dizem que a orientação da pista do nosso aeroporto foi uma delas, e os engenheiros não concordavam, mas acataram. Toda a tolerância técnica pensada pelos engenheiros foi consumida pela decisão política. Agora aparecem ventos e não há tolerância, mas a política está de volta para decidir à sua maneira. Até têm o coro técnico partidário para fundamentar e o jornalismo, também partidário, para escrever. É uma alegria.
Mudar a lei e as regras pode dar certo com empregos e adjudicar obras, quando mete matemática na decisão técnica, não. O vento é como a pandemia e não quer saber disso, ele tem a regra da natureza, sempre a mesma. Fala-se de ventos e aeroporto, eu falaria de aviões, são os seus limites enquadrados pela orientação e força do vento, contando com a orografia circundante, que decide. A Madeira por exemplo, tecnicamente e que eu saiba, não tem condições para ter ILS - Instrument landing system (sistema de pouso por instrumentos), é por isso que a ANA estudou novas abordagens, circuitos para a aterragem que vamos vendo nalguns pilotos. Vão mudar uma variável do que foi feito para mais risco quando eles retiram?
Politicamente, com ou sem coro técnico, é igual ao litro, porque a decisão é de quem põe a assinatura técnica e fica responsabilizado. Até hoje ninguém se atreveu e por aí vemos o melindre da decisão. Político é tagarela, quase sempre irresponsável à caça de votos e o povo incauto, manobrado.
Serão cientistas, engenheiros e meteorologistas a dizer quando podem dar um parecer definitivo sobre as condições, não é uma vontade do presidente da ANAC estar a acelerar ou a desacelerar uma decisão”, argumentou Luís Ribeiro, que garantiu que a segurança dos passageiros não será colocada em jogo, nem será “transferida para outros [os comandantes dos aviões] a responsabilidade sem instrumentos para avaliarem os riscos que correm. (Luís Silva Ribeiro)
Há muita gente que vem ao nosso aeroporto por curiosidade e adrenalina e, apesar dos muitos programas que criam um mito, eles vêm passar pela experiência mas querem aterrar em segurança. Percebem? Risco sim, mas medido. Tenham em conta que há outros limites no nosso aeroporto, a opinião dos passageiros e dos próprios pilotos, que são mais ou menos pressionados, se são claramente comerciais pelas contas de low cost ou de outros standards. Penso que sabem que, ao aumentar os níveis dos ventos "legais", implica que os abusos (que prevaricam os limites do aeroporto ou do avião) não sejam reportados pela torre. Pretendem uma infração politicamente legalizada, tipo o aeroporto parecer a cidade do Funchal neste mandato do Pedro Calado? Depois de decidirem aumentar a tolerância dos ventos, as companhias decidem os seus limites, se aterram ou não ou até que querem vir ao nosso destino num mundo cheio deles ...
Os políticos querem exercer pressão para a opinião pública avalizar a decisão política, acho que devemos ficar calados e veremos a verdadeira sentença, das construtoras de aviões, das companhias e se as pessoas vão arriscar o coiro perante gente que, mais uma vez, desafia o clima e as suas mudanças (os ventos são claramente uma mudança climática e isso vê-se na frequência, por mais que o Prior venha com as suas teorias da "cha-cha", como diria politicamente o Albuquerque). Registe isto, as alterações climáticas manifestam-se no nosso aeroporto e, no futuro, será pior.
Os limites dos ventos não são do aeroporto mas do avião! Pensem nisso. E estamos a aproximar os limites para a operação no aeroporto aos do avião que começa a interferir na margem de segurança sobre a qualidade do piloto. Lembro que, dependendo das condições, há aviões que dentro dos limites borregam mas também, ainda esta semana, ouvimos pelas comunicações da torre o aviso a uma companhia que aterrou fora dos limites, de que ia ser referenciada às autoridades...
O que o JM fez hoje foi um Albuquerque e Jesus & Friends para moldar a Opinião Pública, numa altura que mandam esperar que o vento passe. Têm que inventar uma solução para este momento. Quero lembrar que não temos ferry para o continente, e as alterações climáticas estão a aumentar a frequência e a intensidade. "Negligenciem" os limites agora e fiquem aliviados. As experiências dos passageiros serão piores mas, ainda assim, daqui a uns tempos vão querer subir de novo os limites (querem apostar?) quando o tempo voltar a agudizar, isto só está no começo, dá-me vontade de rir só de pensar que o GR está a assediar e a perseguir o vento, costumes ... .Vamos perder tanto tempo na solução do vento como Lisboa a estudar um aeroporto, até ao dia em que finalmente nos convencermos que não se resolve "mudando a lei". Eles ... tranquilos, porque nenhum desses do JM vai assinar e ter responsabilidade na alteração. Vamos ver quem terá, porque uns veem o comercial (do patrão com hotel) mas outros têm a responsabilidade técnica de autorizar. Uns veem o incremento na aposta num modelo económico que já deveria ter mudado ... para segurar a má aposta dos amigos no turismo massificado. Estão mais com as calças na mão por causa dos amigos hoteleiros do que com os limites do vento/avião.
Mas nunca se esqueçam dos limites dos passageiros. Se não dá para viver nem dá para viajar o resultado é sair daqui. Vai ser fabuloso ver os novatos das low a acertar no aeroporto, eles são sempre corajosos e desafiantes a mando da prioridade comercial da companhia, a mesma que deixa passageiros dias e dias sem resposta. Isto é que vai ser fazer dinheiro com publicidade através do streaming em direto, em favor de outra publicidade a castigar o destino. Este é um caso onde a decisão política é igual ao litro, é uma "pandemia aérea" que não vai mudar por mais que o viciado governo da Madeira queira.
Desopilando, esta gente é do mesmo partido que dizia que o helicóptero não servia para a Madeira e goza da decisão da localização do aeroporto de Lisboa?
![]() |
| Link da Notícia |
Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 12 de Maio de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor.
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

