O aumento dos limites do vento afugentam companhias


C ontinuo a ver gente a replicar a posição política de Miguel & Timóteo para o aumento do limite dos ventos no nosso aeroporto. O único propósito é sacudir a água do capote para o erro que foi insistir, ainda mais, na dimensão e influência do turismo num modelo económico com pés de barro. O Governo Regional sente-se em xeque pela aposta e a "confiança" que transmitiu a alguns investidores. As alterações climáticas, que não se deixa influenciar, fizeram o resto. Talvez os "graus" para dentro da pista acrescentada também.

É muito fácil a quem não coloca a assinatura, nem toma a responsabilidade, querer limpar seu erro político, aqui também há inimigo externo, os burocratas de Lisboa. Nada mais falso. A falta de maturidade na exigência esquece muita coisa, sobretudo na parte comercial das companhias aéreas, que nem Miguel & Timóteo pensam. Eles acham que as pessoas compram voos para stress, aterre, como aterre ou não aterre. Os maus episódios criam repulsa natural ao destino, as pessoas não voltam, e se afetas muitos o passa-palavra descontrola. É uma reação natural e humana. Aterrar com más experiências condena o destino.

Como sabem, as condições meteorológicas tornam as companhias aéreas imunes de pagar compensações aos passageiros por atrasos e cancelamentos. No entanto, coloca-se a seguinte questão, se aumentares os limites do vento o resultado final pode ser pior, porque a companhia aérea não vai poder se defender invocando a meteorologia se o avião voltar para trás, atrasar por muitas horas ou cancelar. Já digo onde quero chegar.

Sendo os limites dos aviões os mesmos num aeroporto particular como o da Madeira, aumentar os limites do vento pensando que permite mais aterragens é um erro. Basta ver como agora, dentro dos atuais limites do vento, há condições que também provocam esperas, "borregos" e voos que regressam ou divergem. Aumentar os limites do vento, empiricamente, associa-se a mais aterragens, no entanto, provoca mais risco e, comercialmente, aumenta a possibilidade de se tornar numa rota deficitária. A compensação financeira das companhias aos passageiros vê-se alargada e assim, um voo em dia de rajadas terá a mesma atitude dos pilotos na segurança mas mais risco da companhia para pagar indemnizações. Tudo vai depender do precedente e "jurisprudência" que os conflitos gerarem entre a companhia, os passageiros e as empresas da especialidade que resgatam compensações financeiras. Se um destino de risco e de não ser compensado faz os passageiros desistir (falta de proteção e mais despesas para o passageiro), também provoca que a companhia desista da rota e investa numa menos problemática com as suas aeronaves. O aumento dos limites do vento vai gerar mais conflitos e não mais aterragens.

O que os limites do vento vai provocar é a revisão da aposta das companhias na rota. As companhias voam para gerar lucro e não para servir a Madeira. É um erro a Madeira, com 47 anos do mesmo partido a Governar, com maioria absoluta e de Parlamento inútil, pensar que vai viciar o resultado ou alterar os processos à sua maneira. Na aviação ainda não chegamos à Madeira.

Voltarei para falar dos Seguros de Viagens. Outra barraca.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 5 de Julho de 2023
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