N inguém aceita que é, mas o problema é que existe em larga escala, em volume tão grande que condiciona tudo para pior e amarram eles próprios e os outros a uma realidade nefasta aos dois. Neste período, as redes sociais e órgãos de informação enchem-se ainda mais de coisas tontas, fotos com frases estúpidas, qualquer coisinha. A mim faz-me impressão, substituem os temas centrais do nosso futuro numa altura de decidir para dar demasiada importância a coisas superficiais, triviais ou pouco relevantes, em detrimento de assuntos mais profundos, significativos ou importantes. É assim que se exibe e se reage com toneladas de likes e comentários em a pessoas fúteis, que tendem a focar a sua atenção em aparências, status social, modas passageiras e outras questões. É evidente que, quanto mais trivial, mais participação, porque ninguém se acha excluído de dar opinião. Mas, só disto é grave, as eleições em tempo estival parece escolha a dedo por aqueles que vencem mantendo as pessoas alheadas, com o sonho da sobrevivência e sem ambições para além de um dia atrás do outro, sem sentido. Ninguém se mentaliza que acabada a festa não temos nada, isto é puramente sacar sem sustentabilidade.
O facilitismo nos estudos, o deixa andar e a falta de exigência criaram um tipo de gente que se aborrece com qualquer coisa que dê mais trabalho de ler, pensar ou fazer. O poder gosta disso, e se juntar a ideia de Povo Superior, então é que não querem saber de mais nada, para serem conduzidos por impulsos básicos. As pessoas fúteis, algumas sem saber falar e escrever português (e são portugueses), levadas por arrasto na fama, sem postura ou reconhecido de valor para além de uma imagenzita aproveitada e escarafunchada, não contribuem de maneira significativa para o crescimento pessoal, a compreensão do mundo ou relacionamentos saudáveis. Algum Jet7 é do mais rasca e vernacular, mas tem sucesso, alguém o dá, alguém é igual.
Quando viajo gosto de ir para lugares mais desenvolvidos, para ver e aprender o estado das coisas uns passos mais à frente e, desde logo, reparo no valor do silêncio, nas leituras nos transportes públicos, no asseio, na maneira de atender e abordar, no respeito pelo espaço pessoal de cada um, de como se usa e não abusa da coisa pública em respeito pelos outros que também o vão usar, na maneira como se conduz e se estaciona; nas próprias obras de como evitam o impacto visual e como estão organizadas sem contagiar os vizinhos, alterando-lhes a vida durante meses ou anos...
Mas voltando às pessoas fúteis, que pela quantidade condicionam a vida comum, reparem que nem todas as pessoas que cuidam da aparência ou gostam de entretenimento são fúteis, o problema é faltar o outro lado, compreendem? O conhecimento. Acreditam que, por exemplo, com a massificação, algum dia teríamos construído uma imagem passada de charme e bom nome no turismo? Foi a qualidade das pessoas que atraídas à região nos catapultaram. Alguns estrangeiros foram o dinheiro da Uniºao Europeia de hoje. Foram eles o primeiro passo que nos fez, apesar de pobres, ter um destino de elite. Agora que podem comprar "ouro", podem até banhá-lo, vemos como outras pessoas fúteis desterram a imagem da nossa ilha no turismo, com episódios de selvagens, tal como alguns madeirenses o fazem no Porto Santo, sobretudo no Porto Santo. Para fúteis até o desempenho da GNR é de abater, viva a anarquia.
O comportamento fútil dá prioridade constante a aspectos lúdicos e convivência básicas de preto ou branco, sim ou não, resposta à americana, de visão pessoal não fundamentada e de respostas feitas, em detrimento de aspectos mais profundos da vida, como valores, conhecimento, empatia e desenvolvimento pessoal. Ser fútil é destruir a sociedade e beneficia os patos bravos cuja importância está no dinheiro, no ter e não ser, com respeito. Leva a uma falta de ligação genuína aos outros (daí nascem os sonsos, interesseiros, parasitas dos momentos e das pessoas) e uma falta de realização pessoal duradoura.
Como é que esta gente vai perceber e se informar para saber como votar, sem ser arrebanhada no meio de uma comunicação social, que não quer informar e vai na onda de lhes dar futilidades? Até porque lhes dá pageviews de sucesso. Inclusive os jornalistas, quando saem da frieza das 6 perguntas básicas do jornalismo (nas raras vezes que as fazem, também desaprenderam isso), em artigos de opinião, escrevem banalidades, trivialidades, tontices para se escapulir da desgraça de se saber o que as suas cabeças valem e estar a bem com a futilidade e o poder. Há muitos mais "Gouveias Assessores". O segredo é passar ao lado.
Esta gente não lê, faz um olhar transversal e está absorvido na suprema arrogância de povo superior. Não quer saber e não se informa, quem tenta é um aborrecido. Não têm ambição pessoal, custa-lhes interpretar corretamente o pouco que encaram, fartam-se de tudo rápido para se poder sequenciar uma informação e se fazer luz.
Sem dúvida, a Madeira é África ... tudo acaba nas limitações. Depois aparecem os abusadores políticos e oligarcas. O madeirense gosta de ser mais um e não pensar, rindo e brincando no pão e circo. "Ganhames"! É por isso que cada vez mais gente de qualidade sai da Madeira e isto não se eleva, sentem-se deslocados por perfil pessoal, não pagam a gente com qualidade nem os querem, não há emprego para formações que não sejam hotelaria, obras, lojas, restaurantes e cafés, os bons lugares são para tachistas com cartão para ganhar dinheiro e não exercer. O madeirense decente não consegue viver com o vencimento que lhe dão, porque tem outras exigências, tudo é caro e o dinheiro não chega, mais caro ou igual aos preços de fora e sobretudo não se sentem bem. Na Madeira ficam os fúteis, o resto sai (há poucos fúteis que dão o salto), por isso se formou um conjunto besta que nem ... nem sai de cima ... por impulsos embutidos no cérebro, através de longas décadas de exposição à conclusão besta da narrativa única. Agora até o jornalismo acompanha.
Sei que fui duro mas fundamentei, nunca o diria se não fosse em anonimato e acho que o CM faz muito bem à sociedade, enquanto crítica sem filtro.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 15 de Agosto de 2023
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