A o abrir a página do Correio da Madeira, deparei-me com um texto relativo à Praia de São Tiago, que não me surpreendeu pela negativa, pois já tenho conhecimento desta nojeira há muitos anos. Nasci na parte velha da cidade, e ainda vivo aqui, e sinto enorme orgulho das minhas raízes, mas não posso deixar de me sentir constrangida com a decadência a que a minha zona e sobretudo o calhau de minha infância chegou.
Sinto-me completamente deslocada, para mim é outro mundo, outra realidade daquela que fui educada. Até costumo comentar com família e amigos que parece que estou noutra freguesia, e quando o fumo e o pó no ar é muito, até me sinto noutra dimensão.
Longe vão os anos 70 e 80 em que havia outra camaradagem, outro ambiente, desse tempo poucos restam. Claro que gente direita e torta sempre existiu, mas em pleno século XXI atinge o cúmulo, é cada vez mais tralha acumulada junto à passagem, negociatas ilegais, venda de droga, instalações de pescadores usadas para festas, bebedeiras e escândalos, e um monumento usado como penduralho das porcarias que bem entendem, como bem alertou o texto que alguém redigiu sobre este caso.
Vi o comentário dum senhor, que nem pertence à Zona Velha, mas sim ao Lazareto, que fala duma realidade que só existe nos olhos dele. Então esse senhor defende que podem mutilar um monumento, “com meia dúzia de buchas de 6 mm” só porque no passado “ninguém se preocupou com o seu interior”. Você não sabe que justificar um crime é cometer outro? Creio que não pois não tem capacidade para discernir isso.
Diz ainda no seu comentário que “São Tiago é e sempre será dos moradores da Zona Velha”, explique-me quais? E diga-me quantos pescadores desses pertencem à Zona Velha ou tem árvore genealógica a este sítio, são capazes de serem sobrinhos do Max ou do Alexandre do Marítimo.
É urgente que venham as autoridades competentes tomar conta do que ali acontece, porque o calhau é de todos e não só de alguns, que julgam que por terem nascido no Largo do Corpo Santo, falar à lisboeta, andarem num ambiente de "betinhos" servindo de escravos deles e tendo um pequeno negócio que esconde o principal (que a PJ não quer ver).
Todos sabemos que não é o Clube Naval, nem o Clube de Turismo, nem precisa ser para ter elevação de espírito, honestidade, civismo e boas maneiras.
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Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 13 de Agosto de 2023
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