Em reposta ao texto LIDL, Ferry e Habitação. Toda a verdade!


O texto disponibilizado hoje no Correio da Madeira é uma ode à propaganda do governo PSD/CDS, que perante tamanha “lata” não podia deixar passar em claro e refutar totalmente, ainda que, tenha constatado, que nos comentários ao texto, já muita gente o fez. Neste texto, vamos analisar três argumentos apresentados para desmontar essa propaganda, que, em alguns casos, parece se basear em informações tendenciosas e omissões seletivas.

1. Lidl: A Retração da Economia Alemã e o Adiamento na Madeira

O texto alega a retração da economia alemã como justificação para adiar a sua entrada na Madeira. No entanto, essa justificação parece não se sustentar quando observamos que a mesma retração não impediu a empresa de continuar a investir em outros países e que é o próprio Lidl a anunciar um investimento de €6,5 milhões em aumentos salariais para os trabalhadores a partir de 2024 (noticia fresquinha), o que contradiz a narrativa de dificuldades financeiras. Além disso, é notável que o Intermarché esteja se preparando para entrar na região pela mão de Vítor Calado, irmão do presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, de quem se diz ter sido, alegadamente, a areia na engrenagem que “mastigou” a implementação do Lidl na região. Toda a gente sabe que o grande “pequeno pormenor” nesta história mal contada, é o facto do Lidl ter empresa de navegação própria. Eu nisto estou como os espanhóis "No creo en brujas, pero que las hay, las hay" 

2. Ferry: O Discurso sobre a Pouca Rentabilidade

A propaganda do governo PSD/CDS alegou a falta de passageiros e a falta de rentabilidade para “matar” a ideia de um ferry a fazer ligação ao continente, isto após uma “espécie” de concurso internacional, desenhado à medida do Grupo Sousa, a parte mais interessada em que o ferry não vingasse na região, o(a) autor(a) afirmou que Miguel Albuquerque cumpriu a promessa, depois de este ter votado ao insucesso todo o projeto, beijando a mão do seu “dono”. Não é à toa que este caso da ligação ferry está em investigação pelo Ministério Público. No entanto, não foi mencionado o fato de que, a empresa Naviera Armas, que operou na Região entre 2009 e 2012 (se estou bem recordado), garantia rentabilidade e curiosamente, quando o operador  se preparava para aumentar a oferta de viagens, acabou “escorraçado” pelo governo PSD, que segundo afirmou o diretor da operação, Javier Garcia, um governo do qual nunca recebeu qualquer apoio, considerando até que o “serviço regular nunca foi reconhecido pelas autoridades”, garantindo ainda que a continuidade da linha dependia de “dois factores fundamentais, aumento das tarifas e diminuição de gastos” e acusou o Governo Regional de praticar “as taxas portuárias mais altas dos portos europeus”. E se o autor do texto pretendeu nos chamar de burros nesta matéria, a verdade é que nem é preciso ser detentor de um elevado QI para perceber quem realmente está por detrás desta sabotagem aos desejos dos madeirenses.

3. Habitação 

A terceira questão levantada diz respeito à habitação na Região, que o autor tenta desviar atenções para a “treta” do alojamento local e a ameaça do desemprego, mas ignora, olimpicamente, que os sucessivos governos PSD, não constroem habitação social na região há pelo menos 20 anos! Na Região mais POBRE DO PAÍS, PONTO! O autor tenta disfarçar com a cantiga de embalar de 800 fogos a custos controlados, mas querem enganar quem? Acham que um empregado de mesa, que tenha a esposa desempregada e um filho em idade escolar, consegue pagar 160 mil euros por um T1? E os programas desenhados como PRAHABITA e REEQULIBRA, chegam a quem precisa? E a classe média, onde fica? Que são sempre chamados a pagar todas as crises? Estes dados evidenciam uma negligência nas políticas habitacionais que impactam diretamente a população mais vulnerável, mas não se ficam por aí e empurram para baixo a classe média, na região que tem a média de rendimentos mais baixa de Portugal. A falta de investimento em habitação social pode ser interpretada como uma desconexão entre o discurso político e as necessidades reais dos habitantes da Madeira.

Link do texto referido.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 5 de Outubro de 2023
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