M arco Martins, atual presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Brava e candidato à Câmara pelo movimento Ribeira Brava em Primeiro (RB1), anda por aí a vender a ideia de que está a dar continuidade ao “grande projeto independente” iniciado por Ricardo Nascimento em 2017.
Bonito, não fosse o detalhe que ele esquece de contar: em 2017, quando se juntou ao movimento, Marco ainda tinha a camisola do CDS bem vestida. Hoje, já sem partido, aparece de mãos dadas com o PS, tentando convencer os ribeirabravenses de que o RB1 continua a ser “independente”.
É quase como ver alguém a vender peixe fresco… mas que já foi congelado três vezes.
O discurso é de continuidade, mas a prática é outra: um movimento que nasceu para ser independente, agora transformado em braço político do Partido Socialista. Só que, em vez de assumir claramente a ligação, prefere esconder-se atrás da sigla RB1, na esperança de que o povo não perceba que, na verdade, está a votar numa aliança envergonhada com o PS.
Marco Martins tem tentado pintar esta candidatura como um ato puro, de “independência” e de “projeto de todos”, mas o que se vê é um malabarismo político digno de circo. Ontem CDS, hoje RB1, amanhã PS? Quem sabe qual será o próximo figurino…
No fundo, trata-se de um truque velho da política: usar a máscara da independência para enganar distraídos e pescar votos de quem desconfia dos partidos, enquanto, nos bastidores, se fecham acordos com as estruturas partidárias. É o famoso “comer a sopa e guardar o pão”, típico de quem quer estar em todos os lados sem assumir nenhum.
O que o Marco anda a montar não é um movimento político, é uma verdadeira geringonça local. A sede pelo poder é tanta que já não olha a meios: ontem era CDS, hoje veste-se de independente, amanhã dorme com o PS. Se fosse um homem de valores e convicções, não precisava de se vender a um partido de centro-esquerda só para garantir lugar à mesa. Mas como a ganância fala mais alto, o que temos é um candidato disposto a tudo, até a enganar o povo com esta aliança envergonhada. Quem troca princípios por tachos, já mostrou ao que vem.
Os ribeira-bravenses merecem transparência. Merecem saber que o “movimento independente” que lhes vendem já não é independente coisa nenhuma, é apenas o PS, disfarçado de RB1.
E como diz o ditado, “quem tudo quer, tudo perde”. O povo já começa a abrir os olhos para esta novela, onde os protagonistas trocam de camisola conforme o vento sopra.
O que fica, no fim de contas, é a pergunta: se alguém muda de partido como quem muda de camisa, que garantias pode dar de lealdade e coerência ao povo?
E no fim de contas, que ninguém se deixe enganar: votar no RB1 é exatamente o mesmo que pôr a cruzinha no PS. Quem entra por uma porta e sai por outra já mostrou que não tem coluna vertebral, só sede de poder. Portanto, quando forem às urnas, lembrem-se bem que o disfarce cai, e por detrás do logótipo do RB1, está o PS à espera, de braços abertos, pronto para continuar a mesma política de favores e interesses.
Convém também esclarecer uma coisa que o Sr. Marco convenientemente esquece: o movimento RB1 nasceu pelas mãos de Hélder Gomes e Ricardo Nascimento, que sempre foram PSD. Em 2017 criaram esse movimento independente apenas porque o PSD Madeira escolheu outro candidato, mas nunca deixaram de ser sociais-democratas. Aliás, no último mandato, Ricardo Nascimento já regressou com o apoio oficial do PSD. Agora vem o Marco, que em tempos foi CDS, agarrar-se ao mesmo RB1 mas desta vez com o apoio do PS, e ainda ter a lata de dizer que é a continuação do trabalho de Ricardo Nascimento… Isto é do mais ridículo que existe! É usar um movimento que não lhe pertence para mascarar uma coligação oportunista, enganando o povo só para chegar ao poder. Uma verdadeira geringonça à moda da Ribeira Brava, feita à pressa e sem valores, apenas com um objetivo: poder a qualquer custo.